PPGLITCULT PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E CULTURA (PPGLITCULT) INSTITUTO DE LETRAS Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: VANIA BATISTA MELO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : VANIA BATISTA MELO
DATA : 24/05/2021
HORA: 09:00
LOCAL: ESPAÇO VIRTUAL
TÍTULO:

DO SANGUE QUE ESCREVIVEMOS: EPISTEMOLOGIAS NEGRO-FEMININAS EM “SÓ AS MULHERES SANGRAM” DE LIA VIEIRA


PALAVRAS-CHAVES:

Palavras-chave: Ancestralidade. Escrevivência. Escreviver com ẹ̀jẹ̀. Literatura negro-feminina. Epistemologias pretas.


PÁGINAS: 130
RESUMO:

Este trabalho propõe um estudo da autorrepresentação na literatura negro-feminina na obra Só as mulheres Sangram, da autora Lia Vieira (2011), a partir da escrevivência, conceito da autora Conceição Evaristo (2008); especificamente escreviver com esse sangue que a obra traz em cada fluxo dos nove contos que a compõe. Proponho, aqui, o conceito escreviver com ẹ̀jẹ̀, sangue ancestral que perpassa de modo muito específico as veias, os corpos, as vidas de mulheres negras num entendimento ancestral de que somos muitas, e muitas são as nossas vivências, porém, para além de nossos atravessamentos e subjetividades, o entendimento interseccional de que nossas experiências em comum também se dão socialmente nos trazem a perspectiva desse agenciamento coletivo, desse sangue compartilhado que é também preto como a cor de nossa pele, nas nossas formas muito específicas de sangrar. Se sangramos amores, vivências, se somos alvo de preterimento, de violências que nos atravessam, sangramos do mesmo jeito que outros grupos? O livro de contos Só as mulheres sangram traz histórias de mulheres pretas. Lia Vieira (2011) traz um compromisso com questões raciais e mostra isso em suas obras. O Sangue aqui é preto, é ẹ̀jẹ̀, e perpassa as nossas veias, pois é a continuidade da cor da nossa pele. A partir desta compreensão, pensaremos escreviver com ẹ̀jẹ̀ enquanto categoria epistemológica de Ancestralidade, que desautoriza os signos que nos foram impostos como violência epistêmica, como nos traz Nilma Lino Gomes (2010). Ancestralidade que está além do que se entende tradicionalmente como tempo, porque não segue em linha reta, atravessa as contagens, encontra-se e dispersa em suas encruzilhadas, é o tempo através dos tempos, o aqui e o ontem atravessados, girando em espiral, como nos traz Leda Maria Martins (2002). O tempo, o sangue, a vida que se escrevive feminina e preta são ancestrais, assim como precisam ser as nossas referências, nossas epistemologias; e a literatura negro-feminina é uma ferramenta importantíssima para colaborar na disseminação dessa consciência, dessa vida que está, como nos ensina Conceição Evaristo, comprometida com a escrita.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3365799 - LIVIA MARIA NATALIA DE SOUZA SANTOS
Interna - 2326650 - DENISE CARRASCOSA FRANCA
Externa à Instituição - ANA RITA SANTIAGO DA SILVA - UFRB
Externa à Instituição - FERNANDA RODRIGUES DE MIRANDA - USP
Notícia cadastrada em: 13/07/2021 19:46
SIGAA | STI/SUPAC - - | Copyright © 2006-2024 - UFBA