A ESTÉTICA RADIOFÔNICA A SERVIÇO DA AÇÃO DRAMÁTICA: AMOSTRAGEM DA ROTEIRIZAÇÃO DE A LENDA DE IPING
Peças radiofônicas. Crítica de processos. Produção de roteiros.
A presente tese tem como enfoque o estudo de peças radiofônicas criadas em processos digitais e tem por base o eixo teórico-metodológico proposto por Grésillon (2007), Biasi (2010) e Salles (2012). Mediante o diálogo entre a crítica de processos e as tecnologias informáticas, o conjunto de documentos conservados da peça radiofônica A lenda de Iping (2018), classificada em função de sua cronologia é apresentado e analisado criticamente. A referida peça radiofônica foi produzida a partir da tradução do romance The Invisible Man (1897) de H. G. Wells (1866-1949), o qual foi adaptado para um áudio digital em formato de peça radiofônica pelo Grupo de Pesquisa Tradução, Processo de Criação e Mídias Sonoras (PRO.SOM): Estudos de Tradução Interlingual e Interartes, coordenado pela Profa. Dra. Sílvia Maria Guerra Anastácio, na Universidade Federal da Bahia – UFBA, desde 2008. Com recorte centrado nas cenas 11 e 16, a análise proposta volta-se para o estudo da construção da estética radiofônica do referido audiolivro, observando como ocorre a escolha dos efeitos sonoros utilizados nas ações dramáticas presentes no recorte citado. Esta pesquisa é relevante pela aplicação dos estudos de processo a arquivos de áudio, no desenvolvimento de roteiros voltados para obras radiofônicas e por se inserir no movimento de expansão das investigações direcionadas para documentos digitais e transposições intermidiáticas. Como o gênero peça radiofônica dita critérios para a produção do roteiro do áudio em apreço, é possível refletir sobre os parâmetros técnicos e linguísticos utilizados na produção de roteiros específicos para o gênero radiofônico, repensar os conceitos da crítica de processos aplicados à estética radiofônica, contextualizar as influências que o meio digital tem trazido ao modo de escrita e à análise de documentos de criação radiofônica e identificação de estratégias comuns na criação radiofônica. A partir dos critérios ditados pela estética radiofônica propomos ajustes no roteiro de publicação de A lenda de Iping de forma a trazer maior adequação ao leitor radiofônico.