Banca de DEFESA: SILVIA GOMES DE SANTANA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : SILVIA GOMES DE SANTANA
DATA : 26/04/2024
HORA: 13:30
LOCAL: Instituto de Letras - UFBA
TÍTULO:

LEITURA, LETRAMENTOS E O ENSINO DE LITERATURA NA EDUCAÇÃO DO CAMPO

PALAVRAS-CHAVES:

Leitura literária. Letramentos. Educação do Campo. Ensino. Identidades.

PÁGINAS: 163
RESUMO:

Discute-se o ensino da leitura literária e os letramentos, na Educação do Campo, como um processo que pode se tornar efetivo, se ocorrer em diálogo com as identidades, memórias, subjetividades, modos culturais e as questões que atravessam as comunidades campesinas. Objetiva-se, desta maneira, propor estratégias de ensino da leitura literária na interação com as vivências dos(as) campesinos(as) e as situações que os(as) afetam; discutir concepções de leitura e letramentos e suas implicações nas propostas pedagógicas para a Educação do Campo; compreender o campo como espaço cultural e identitário que exige métodos específicos de ensino e aprendizagem; problematizar os conteúdos curriculares de ensino da literatura propostos pelos documentos oficiais, concernentes à Educação do Campo; evidenciar a necessidade de uma formação inicial e continuada específica para os docentes que atuam na Educação do Campo, rompendo com um currículo urbanocêntrico, racista e colonialista, o qual desconsidera os conhecimentos, as identidades e os modos de vida das comunidades campesinas. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e autoetnográfica, em que, também, as trajetórias de vida, docência e pesquisa percorridas pela autora colocam-se à disposição da construção teórica sobre como ensinar a leitura literária em contextos de minorias representativas, neste caso, em especial, na Educação do Campo, tendo em vista a potencialidade do texto literário na ficcionalização da vida destas pessoas, de maneira crítica, política, inventiva e subversiva. Criadora do operador teórico “Escrevivência”, a escritora e pesquisadora brasileira Conceição Evaristo (2020), tendo como foco a experiência das mulheres
negras, abre caminhos para se pensar em como a literatura pode ser um importante instrumento de ficcionalização da vida dos grupos minoritários, na luta contra a colonialidade, o racismo estrutural, dentre outras questões que, historicamente, têm atravessado as vivências destas pessoas. Na perspectiva da autora, endossada em muitas outras pesquisas, a literatura negra, por exemplo, aparece como possibilidade de (re)escrita da história dos(as) subalternizados(as) — numa narrativa protagonística, individual/coletiva —, produzindo outras subjetividades, subvertendo os estereótipos impostos pelo racismo, sexismo, patriarcalismo e pela colonialidade. A leitura literária e os letramentos, portanto, podem funcionar como instrumentos político e de afirmação identitária na vida dos(as) estudantes constitutivos das escolas do campo: “trabalhadores,  amponeses, mulheres, negros, povos indígenas, jovens, sem-teto... Sujeitos coletivos históricos, se mexendo, incomodando, resistindo. Em movimento” (ARROYO, 2003, p.33). Parte deste público descrito por Arroyo (2003)
protagonizara nas salas de aula da Educação básica nas escolas do campo em que a autora atua ou atuou,  demonstrando que é possível ficcionalizar suas vivências e coletividades, por meio da leitura literária, engajando-se pela escuta de suas vozes, afirmando suas identidades, territórios e territorialidades de modo político, positivo e afirmativo. Espera-se que este estudo contribua nas reflexões e práticas de ensino da leitura literária e dos letramentos, na Educação do Campo, mas também em outros contextos de minorias  epresentativas. 

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1064696 - ALVANITA ALMEIDA SANTOS
Interna - 2658241 - ANA LIGIA LEITE E AGUIAR
Interna - 2527883 - ROSINES DE JESUS DUARTE
Externa à Instituição - CELI NELZA ZULKE TAFFAREL - UFAL
Externa à Instituição - JAILMA DOS SANTOS PEDREIRA MOREIRA - UNEB