PPGLITCULT PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E CULTURA (PPGLITCULT) INSTITUTO DE LETRAS Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: LÍVIA MARIA COSTA SOUSA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LÍVIA MARIA COSTA SOUSA
DATA : 12/04/2024
HORA: 14:00
LOCAL: on line
TÍTULO:

MULHERES NEGRAS EM PROCESSOS DE AUTORRECUPERAÇÃO E CURA: UMA ANÁLISE DAS OBRAS NIKETCHE – UMA HISTÓRIA DE POLIGAMIA DE PAULINA CHIZIANE E KINDRED – LAÇOS DE SANGUE DE OCTÁVIA BUTLER 



PALAVRAS-CHAVES:

 Escrita de mulher negra; mapas de cicatrização; África; diáspora negra; Paulina Chiziane; Octávia Butler.



PÁGINAS: 172
RESUMO:

A presente pesquisa tem como objetivo analisar as narrativas Nicketche – uma história de poligamia (2002), de Paulina Chiziane e Kindred – laços de sangue (1979) de Octávia Butler tomando, como eixo de análise, a ideia de que, em suas escritas, estas autoras propõem interpretações sobre processos de autorrecuperação (hooks, 2019; 2023) ensejando possíveis caminhos de cura a partir de um olhar da África, notadamente Moçambique, e da diáspora norte-americana. Compreendo que, nos textos aqui estudados, as autoras forjam seus personagens, o andamento e a tematização do enredo, as cenas, temporalidades e os espaços narrativos de tal modo que findam por denunciar a limitação colonial e platônica da representação (Deleuze, 1974;  Derrida, 1995; Morisson, 1992) e, mais que isso, exploram campos de construção literária que impõem a necessidade de estratégias críticas e teóricas afrocentradas. Seus textos escolhem, no que tange à política e à estética acionadas, discursos articulados com a ancestralidade (Martins, 2021; Sodré, 2017; Oliveira, 2021; Ribeiro, 2020), com o protagonismo e a resistência de mulheres negras por meio da escrita, com a escrevivência como política de representação (Evaristo, 2007; 2020), a fabulação crítica (Hartman, 2020), a sankofanarração (Brooks; Mcgee; Schoelman, 2019) e o rememory (Morrison, 2020) como estratégias narrativas e desnorteiam os paradigmas coloniais de verossimilhança, exigindo leituras teóricas dissidentes, além de apontar a perspectiva da escrita de mulheres negras como ato de (re)existência, de autorrecuperação (hooks, 2019; 2023), de “erguer a voz” (hooks, 2019), de autodefinir-se (Lorde, 2009; Collins, 2019), autorrepresentar-se (hooks, 2019; Sarr, 2019) e  autonomear-se (Martins, 1996), entendendo que a literatura  – ou qualquer outra forma de significação e simbolização do mundo – como um espaço vital de autorrecuperação, cicatrização e cura, não apenas individual, mas, sobretudo, também coletiva.  A pesquisa objetiva, portanto, mapear os processos de autorrecuperação experienciados por personagens e autoras selecionadas, compreender suas escolhas e consequentes caminhos de “cura” – isto é, alcançar um futuro onde seja possível esperançar, bem viver e amar(-se) física, emocional e espiritualmente, a despeito das diversas formas de opressão cotidianas – e discutir aproximações e distanciamentos entre essas experiências, além de investigar as singularidades e similitudes nas abordagens estéticas e políticas das autoras. Utilizando uma abordagem teórico-crítica ancorada sobretudo na literatura de mulheres negras, no feminismo negro (Davis, 1983; hooks, 1994, 2019, 2023; Collins, 2019); Lorde, 2019 et al.) e no Womanism (Walker, 1983).  A metodologia inclui análise textual, revisão bibliográfica e métodos interdisciplinares. Ademais, interessa-me estabelecer conexões críticas que apontem como estas escritoras criam estratégias para construir uma escrita comprometida com a vida e uma vida comprometida com a escrita (Evaristo, 2007) e “modos criativos e discursivos de mobilização de existências” (Santiago, 2018). Através de um pensamento que busca entender a escrevivência e as textualidades diversas como forma de “luta na linguagem para recuperar a si mesmo – para reescrever-se, reconciliar, renovar” e de que “[...] nossas palavras são uma ação, uma resistência” (hooks, 2019), trago para a cena de diálogo desta tese, textos, entrevistas e conferências dispersos que trazem as vozes das autoras para além dos seus romances aqui escolhidos como corpus deste estudo.

 



MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3365799 - LIVIA MARIA NATALIA DE SOUZA SANTOS
Interna - 2326650 - DENISE CARRASCOSA FRANCA
Externa ao Programa - 1218110 - FERNANDA RODRIGUES DE MIRANDA - UFBAExterna à Instituição - ANA RITA SANTIAGO DA SILVA - UFRB
Externo à Instituição - ASSUNÇÃO DE MARIA SOUSA E SILVA
Notícia cadastrada em: 22/03/2024 18:26
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