ARTE NA CIDADE : SUJEITOS E NARRATIVAS EM SALVADOR
inespecificidade, cidade (Salvador), artes/literatura
A tese se propõe a pensar a produção contemporânea de alguns autores que atuam na cidade de Salvador e que tensionam o espaço da cidade e o campo artístico na medida em que ocupam estética e politicamente o espaço urbano, expandindo e tensionando também as margens da literatura (GARRAMUÑO, 2014, p. 36). No ato de “fazer um rolê”, os jovens pichadores saem para aproveitar a cidade que conhecem em detalhes a fim de deixar suas marcas nos muros, superfícies e topos dos prédios (CALDEIRA, 2014). Não estariam alguns de nossos artistas e escritores contemporâneos fazendo o mesmo dentro dessa lógica de uma ocupação que envolve o risco e o desejo de construir narrativas? Nesse sentido, a tese também propõe e tenta colocar em prática uma maneira de repotencializar teorias e definições e se debruça sobre produções que não cabem confortavelmente na literatura e/ou na estética. Para tanto, tomamos para discussão obras como O LIVRO de água e as demais intervenções de Karina Rabinovitz, Territórios Movediços e Paisagens Ensolaradas de Fabio Rezende, as narrativas de Davi Nunes, Fábio Mandingo e as produções fotográficas de Helen Salomão e Marcelo Terça-Nada, bem como a produção poética de Alex Simões. Assim, pensamos o modo como estas produções se imbricam à cidade, espaço também heterogêneo, a partir de práticas artísticas (poemas e narrativas, performances, peças teatrais e produções audiovisuais) que se insurgem como resistência no espaço urbano e provocam também um questionamento do próprio entendimento de literatura.