PPGLITCULT PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E CULTURA (PPGLITCULT) INSTITUTO DE LETRAS Telefone/Ramal: Não informado

Banca de QUALIFICAÇÃO: JOSENILDES DA CONCEICAO FREITAS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOSENILDES DA CONCEICAO FREITAS
DATA : 11/12/2023
HORA: 14:00
LOCAL: ILUFBA
TÍTULO:

O PRINCÍPIO DINÂMICO DE EXU NA NARRATIVA AMEFRICANA DE
AUTORIA FEMININA: REYITA SENCILLAMENTE (1997)
E UM DEFEITO DE COR (2006)


PALAVRAS-CHAVES:

Reyita sencillamente; Um defeito de cor; cosmopercepções africanas;
princípio dinâmico de Exu; African cosmoperceptions; dynamic principle of Exu.


PÁGINAS: 92
RESUMO:

Neste texto, pretendo apresentar um estudo comparativo entre os romances Reyita
sencillamente: testimonio de una negra cubana nonagenaria (1997), da escritora afro-cubana
Daisy Rubiera Castillo, e Um defeito de cor (2006), da escritora afro-brasileira Ana Maria
Gonçalves, nos quais o relato de memórias atesta a permanência de cosmopercepções africanas
no continente americano, como aponta Leda Maria Martins (2021). Em ambas as narrativas
identifico um modus operandi que Edmilson Pereira (2017) reconhece na literatura afro-
diaspórica, o qual é pautado nos atributos de Exu, entidade da tensão contínua, de rupturas, de
instabilidades e de restituição. No corpus analítico as continuidades, intersecções e/ou
entrecruzamentos, assim como tensões e rupturas remetem à "lógica da mudança e da
permanência que sustenta o processo discursivo iorubá” (PEREIRA, 2017, p. 216) e condizem
com uma concepção discursiva derivada de Èsú (SODRÉ, 2021), ou de Echu-Elegguá, como
entende Souza Hernández (1998), "princípio dinâmico e de expansão de tudo o que existe",
como ainda enfatiza Juana Elbein dos Santos (2012, p. 141), pois as narrativas mencionadas se
mostram como esse lugar discursivo que, "tal como o próprio Exu, abarca as possibilidades, o
vir-a-ser do discurso, do sujeito e do mundo” (PEREIRA, 2017, p. 115). Nelas, diferentemente
da temporalidade sequencial e/ou linear ocidental, constatamos um tempo que se processa em
movimentos circulares, de vaivém, que remetem à imagem do okotó, caracol ossificado também
associado a Exu e cujo movimento projeta um “crescimento constante e proporcional”, uma
“circunferência aberta para o infinito” (SANTOS, 2020, p. 143). Seria este o tempo curvilíneo
e espiralar que Leda Maria Martins identifica em manifestações artísticas negras nas Américas,
o qual reativa e atualiza a ação, que é “similar e diversa” porque é sempre ‘transcriada’, como
sublinha a autora (2002, p. 85). Na textualidade das referidas obras uma série de sentidos
convergem para um “universo de significação” que “exige o conhecimento dos códigos,
também culturais, que os informam” (MARTINS, 2021a, p. 38). Portanto, no corpus analítico,
identifico modos de relatar a memória que, como dirá Henrique Freitas (2016, p. 95),
demandam "uma inteligibilidade sobre a estética que atravessa o fazer literário" de
africanas/os/es e afrodescendentes na diáspora, e se vincula à dimensão social, pedagógica,
formal, política, cultural e religiosa dessas populações.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3414388 - JOSE HENRIQUE DE FREITAS SANTOS
Interna - 2049741 - CARLA DAMEANE PEREIRA DE SOUZA
Externo ao Programa - 1551078 - EDUARDO DAVID DE OLIVEIRA - UFBAExterna à Instituição - ANA RITA SANTIAGO DA SILVA - UNEB
Notícia cadastrada em: 11/12/2023 13:39
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