PPGLITCULT PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E CULTURA (PPGLITCULT) INSTITUTO DE LETRAS Telefone/Ramal: Não informado

Banca de QUALIFICAÇÃO: ANA CAROLINA PEDROSA PONTES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANA CAROLINA PEDROSA PONTES
DATA : 11/10/2023
HORA: 13:00
LOCAL: ESPAÇO VIRTUAL
TÍTULO:

IBIRI-ki: gesto-costura para outras imaginações



PALAVRAS-CHAVES:

Ibiri-ki; Metodologia da Encruzilhada; Stella do Patrocínio; Dona Zôi; saúde mental antimanicomial.


PÁGINAS: 112
RESUMO:

O que chamo aqui de IBIRI-ki é um gesto poético, literário, de retorno à memória (vivente e ancestre) e também de quebra, na medida em que, o próprio movimento de retorno gera outras dobras, na linguagem e sentidos. Parto da poética das minhas próprias confissões, relacionando a iniciação para a Vodun Nanã à uma busca de outras noções de cura, que nascem de outros modos de existir e sistemas de interpretação e podem gerar outras vinculações à vida. Aprendi a escrever junto dos convivas da saúde mental antimanicomial, portanto, pensar a linguagem e criação junto do paradigma adoecimento x saúde mental, desde outras perspectivas de mundo, é para mim uma urgência. As poéticas artevida de Stella do Patrocínio e Dona Zôi, duas mulheres negras que tiveram suas vidas interceptadas de formas distintas, respectivamente, no manicômio e no cuidado em liberdade pelo sofrimento mental e estigma social da mente, se fazem sustentação teórica, fundamento dessa pesquisa. No encontro proposto entre os trânsitos desde o chão em que fui plantada, com a poesia encarnada de Stella e Dona Zôi e com a mitopoética de Nanã, seu instrumento, o Ibiri, se funde ao Oriki, um gênero literário dos povos Yorubás, nos instrumentalizando nos caminhos de costura dessa pesquisa e, estabelecendo, na própria forma, outros relevos, geografias, paisagens e imaginações. O Oriki dá verso aos nomes, pessoas e coisas, ao que é vivo e vida produz. São versos simples, como gestos poéticos, pequenas narrativas, que, juntando seus fragmentos descritivos e suas histórias maiores por detrás das curtas palavras, atuam junto da ancestralidade do poema, do não dito, do imponderável. O Ibiri é o instrumento que gestualiza os domínios e dança de Nanã, o retorno, quebra, decantação e ressignificação das movências da linguagem, assim como da vida, em contradição com a mortificação imposta pelo estigma da loucura. O Ibiri-ki tece encontros, em linhas múltiplas, que aqui partem da criação visual e audiovisual presentes na tese, como nascedouro da escrita, e que também estabelece em si o que estou compreendo como Metodologia da Encruzilhada, um modo de investigação dado pela pesquisa e tecido não somente pelo encontro dessas linhas, mas pelas quimeras - os processos de hibridização poética entre elas. 



MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3365799 - LIVIA MARIA NATALIA DE SOUZA SANTOS
Interna - 2522438 - SUZANE LIMA COSTA
Externa à Instituição - MARIA DE FÁTIMA LIMA SANTOS
Notícia cadastrada em: 29/09/2023 17:32
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