A REPRESENTAÇÃO DA SUBALTERNIDADE EM "QUE HORAS ELA VOLTA?"
Cinema. Subalternidades. Descolonização. Que Horas Ela Volta?. Anna Muylaert
Esta dissertação objetiva analisar as representações dos cenários de subalternidade na película brasileira Que Horas Ela Volta? (2015). Para isso, são observadas as relações sociais na diegese fílmica, que estão centralizadas numa casa localizada no bairro Morumbi, em São Paulo. Analisar-se-á, assim, as dinâmicas que atravessam o enredo para compreender as relações entre as personagens junto aos elementos presentes nos diálogos e cenários que constroem a subalternização. A dissertação tem como aportes teórico-críticos os estudos culturais, póscoloniais e decoloniais que, em conjunto, revelam a complexidade do conceito de subalternidade. Constata-se que o filme analisado é um objeto artístico que representa a figura da empregada doméstica, bem como de outros sujeitos, e que, por meio da arte, potencializa uma descolonização do sujeito, nas maneiras de sentir, de ver, de agir e de perceber-se no mundo. Observa-se uma política e uma práxis que pode ser interpretada como decolonial, isto é: de protagonismo dos subalternizados, de transformações de práticas hegemônicas e de possibilidade de mudanças, estabelecendo uma práxis que desafia os regimes de representação e de identificação visual hegemônicos.