PPGLITCULT PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E CULTURA (PPGLITCULT) INSTITUTO DE LETRAS Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: RAMON VICTOR BELMONTE FONTES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : RAMON VICTOR BELMONTE FONTES
DATA : 21/07/2023
HORA: 09:00
LOCAL: Sala de defesas da Pós
TÍTULO:

Ekografias do hiv/aid$


PALAVRAS-CHAVES:

hiv; aids; cura; arte contemporânea


PÁGINAS: 160
RESUMO:

Estes escritos investigam as artes contemporâneas produzidas por pessoas racializadas e soropositivas para o hiv/aids refletindo o que, nas obras dessas artistas, emerge como uma reação contracolonial que nos conta outras histórias, diferente das de medo, morte e dor retratadas ao longo de quarenta anos desde o surgimento da epidemia na década de 1980. Os fragmentos literários apresentados aqui se debruçam na construção da ekografia como um modo de leitura crítica no campo das artes, entendendo o campo literário como um espaço-tempo expandido que pode abarcar performances, vídeo performances, cinema, música, teatro, literatura e artes visuais. Ante a inexistência de uma cura para a epidemia do hiv/aids, no campo das ciências da saúde, a ekografia busca agenciar o campo literário como um espaço-tempo capaz de produzir saberes epistêmicos na produção de cura dos efeitos causados pelo racismo, sorofobia e outras matrizes de opressão e violência que atravessam a vida da pessoa artista. Ekografar uma epidemia de hiv/aids é manejar as práticas e processos artísticos fazendo o arquivo e o repertório de quarenta anos ecoar outras possibilidades para compreensão dos cenários ético, estético, político e afetivo que assentam uma noção de ancestralidade posithiva e, também, é mergulhar em questões que ficaram relegadas no tempo, como a persistência de mortes na população negra, a vida psíquica e as dinâmicas subjetivas da pessoa que vive com hiv/aids em, sua relação diária com os medicamentos antirretrovirais, e o uso das linguagens artísticas como modo de elaboração e expressão contra os adoecimentos oriundos da intersecção entra raça, gênero e status de saúde. Inspirada pelo pensamento negro radical de Denise Ferreira da Silva (2019), David Nunes (2021), Saidiya Hartman (2008; 2021) e Jota Mombaça (2016; 2020), a ekografia localiza na dialética racial brasileira interstícios por onde uma linguagem poética tem capacidade de fazer surgir um "terceiro elemento" que investe na vida e na vitalidade como movimento contracolonial de cura. Na cena das artes contemporâneas, as contribuições oferecidas pelos pensamentos de Leda Maria Martins (2021), Lívia Natália (2022), Mateus Aleluia (2016), Félix Ayoh’Omidire (2022), Reinaldo Laddaga (2013), Castiel Vitorino Brasileiro (2022), Pedro Lemebel (1996), David Kopenawa (2010), Gilles Deleuze (1992; 2014; 2018), Félix Guattari (1981; 2006), Roland Barthes (2017), entre outros, agenciam a ekografia num modo crítico de leitura das obras de arte contemporânea que se interseccionam a partir da triangulação entre raça, gênero e status de saúde.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2522438 - SUZANE LIMA COSTA
Interna - 3365799 - LIVIA MARIA NATALIA DE SOUZA SANTOS
Interno - 2703693 - ARIVALDO SACRAMENTO DE SOUZA
Externo ao Programa - 3345155 - LEANDRO COLLING - UFBAExterno à Instituição - MATHEUS ARAÚJO DOS SANTOS - UNEB
Notícia cadastrada em: 14/06/2023 20:11
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