PPGLITCULT PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E CULTURA (PPGLITCULT) INSTITUTO DE LETRAS Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: LUCIANO SANTOS XAVIER

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LUCIANO SANTOS XAVIER
DATA : 17/04/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Instituto de Letras - UFBA
TÍTULO:

Poética oral do samba chula sertanejo: o Grupo Pinote e suas identidades culturais entre trânsitos e fronteiras


PALAVRAS-CHAVES:

Poética oral; Samba de roda; Samba sertanejo; Sertão baiano; Identidades culturais


PÁGINAS: 198
RESUMO:

Esta dissertação tem como objetivo analisar a poética oral do samba chula sertanejo do Grupo Pinote, de Serrolândia/BA, tendo em vista os elementos estéticos, discursivos e performáticos nela implicados, a fim de compreender como são articulados os processos de construção das identidades culturais do grupo e sua operação na mobilização de trânsitos e fronteiras nessas identidades. No ínterim desses movimentos, a perspectiva metodológica adotada parte da abordagem qualitativa, sob as vias da Etnopesquisa crítica, com vistas à ótica de Macedo (2010) e Santos (2017), tendo como métodos de construção de dados: observações das apresentações do Grupo Pinote, aplicação de questionários e realização de grupo de discussão. O referencial teórico que embasa a pesquisa ampara-se principalmente em: Brasil (2006), Döring (2016a; 2016b), Exdell (2017; 2018), Vasconcelos (2012), Moreira (2018), Bhabha (1998), Anderson (2008), Halbwachs (2003), Hall (2003), Zumthor (2010, 2014), Glissant (2021), entre outros, para discutir acerca do samba de roda, samba chula, sertões baianos, poéticas orais, identidades culturais e culturas populares. Por meio deste trabalho, procuro problematizar o (não) lugar do samba praticado nos sertões baianos, os quais por diversas frentes foram postos à margem do discurso identitário e musical da Bahia que se direciona marcadamente, e quase que exclusivamente, ao eixo Salvador-Recôncavo e parte do litoral. Envolvo essa proposta teóricocrítica na concepção das sertanidades (VASCONCELOS, 2012), buscando pensar esses sertões e suas múltiplas identidades, geografias e culturas inseridas no jogo intersemiótico articulado às cosmopercepções do semiárido. Assim, tensiono o operador analítico samba sertanejo como proposta teórico-crítica para designar o samba de roda praticado nos sertões, ao invés do termo já cunhado “samba rural” (BRASIL, 2006; DÖRING, 2016b), em cuja estética se difere daquela expressa no Recôncavo Baiano, por sinal, território também marcado pela ruralidade. Proponho a denominação samba sertanejo como forma de inscrever categoricamente os sertões no discurso identitário e musical do samba na Bahia e de rasurar os essencialismos e estigmas forjados em torno desse território, indo para além da roça, do ignoto, do arcaico, haja vista as transformações ocorridas no semiárido nos últimos tempos. No escopo poético da pesquisa, busco refletir os procedimentos estéticos e estilísticos utilizados nas chulas, na configuração de uma linguagem poética que toma como fulcro a literariedade a serviço de uma construção discursiva insurgente. Nessa perspectiva, conjeturo as identidades dos sambadores do Grupo Pinote como sertanidades moventes, marcadas por elementos adjacentes, embora colocadas nas fronteiras da globalização, convergido e divergindo entre o local e global, em trânsitos múltiplos que corroboram esses “sertões contemporâneos” (MOREIRA, 2018), alocados em outras cenas sociais, políticas culturais e identitárias aos sertões e sertanejos baianos.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1064696 - ALVANITA ALMEIDA SANTOS
Interno - 3414388 - JOSE HENRIQUE DE FREITAS SANTOS
Externa à Instituição - EDIL SILVA COSTA - UNEB
Notícia cadastrada em: 03/04/2023 18:44
SIGAA | STI/SUPAC - - | Copyright © 2006-2024 - UFBA