POR ONDE ANDA O “O NEGRO PRONTO”? : UM ESTUDO DA RECEPÇÃO DOS LEITORES DE CUTI.
Cuti; Recepção; Literatura negro-brasileira; Leitor; Leitura
Esta tese tem como principais objetivos mapear o alcance da circulação da Literatura negro-brasileira escrita por Luiz Silva , mais conhecido como Cuti e observar o horizonte de recepção desses textos. Partindo da concepção de que a escrita literária negro-brasileira, produzida pelo referido autor, configura-se como um projeto literário que visa ressignificar a história da população negro-brasileira pelo poder simbólico da escrita, entendemos que Cuti no momento da sua escrita trabalha visando um público leitor que irá reagir aos processos oriundos das práticas racistas , a partir do contato com sua escrita. Partindo do entendimento de que o texto literário é uma escrita de caminhos inexatos, que ultrapassam o horizonte pretendido pelo autor, cabem as seguintes questões: Quem é o leitor da Literatura negra produzida por Cuti?, Por onde esses textos circulam? , Como os leitores respondem a esses textos? Se a Literatura negro-brasileira ,escrita por Cuti, é declaradamente uma demanda textual que pretende extrapolar o espaço em branco do papel, interferindo na subjetividade do seu leitor negro, entendemos que é estruturante compreender o ambiente que irá concretizar os desejos dessa assinatura textual, ou seja, a sua recepção. Nesse contexto, estudaremos o horizonte de recepção que envolvem os textos da literatura negro-brasileira, produzidos por Cuti, perpassando pelas motivações que originaram essa assinatura textual, as estratégias das composições textuais literárias e teóricas empreendidas pelo autor e principalmente as operações que fogem do controle autoral e abrem espaço para o público leitor. Para o desenvolvimento das discussões aqui propostas são estruturantes às reflexões empreendidas por Florentina Souza, Maria Nazaré Lima, Stuart Hall , Michael Foucault, Franz Fanon , Kabengele Munanga, Pierre Bordieu ,o próprio Cuti...No tocante à recepção, usaremos as contribuições de Hans Robert Jauss, Wolfgang Iser, Humberto Eco, Antoine Compagnon entre outros, esta tese investe na abordagem direcionada à recepção da literatura negro-brasileira e em como os leitores que conseguem acessar à essa demanda textual se movimentam de forma autônoma nas possibilidades despertadas por essa demanda político textual. A discussão caminha no terreno movente da leitura de textos teórico-críticos, da recepção dos textos dentro do diversos meio digitais, dos locais de circulação da composição do autor e na recepção crítica do autor estudado.