SABERES, CURA E RELIGIOSIDADE: MAPEANDO A VARIAÇÃO LEXICAL PARA AGENTES DO BEZIMENTO NO BRASIL À LUZ DOS DADOS DO PROJETO ALiB
Dialetologia. Léxico. Projeto ALiB. Religiões e Crenças
Esta dissertação tem por finalidade analisar a diversidade linguística existente no Brasil quanto ao léxico da área temática de religiões e crenças. Para isso, objetiva-se a investigação das designações fornecidas pelos informantes do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (Projeto ALiB) para agentes do benzimento. Este trabalho ampara-se nos fundamentos teóricos e metodológicos da Dialetologia, da Geolinguística Pluridimensional Contemporânea que, além de analisar fenômenos linguísticos considerando a perspectiva diatópica, considera também as características sociais do falante, como o sexo, a faixa etária e a escolaridade. Somam-se à esta ciência também a Lexicologia e a morfologia derivacional. Utiliza-se como corpus de análise os dados do Projeto ALiB correspondentes a 250 localidades brasileiras que fazem parte da rede de pontos do Projeto ALiB, perfazendo 1.100 informantes estratificados conforme metodologia de seleção de informantes do referido projeto, em que se consideram o sexo (masculino e feminino), duas faixas etárias (faixa I – 18 a 30 anos e faixa II – 50 a 65 anos), nível de escolaridade fundamental incompleto e, nas capitais, dois níveis de escolaridade (fundamental incompleto e universitário completo). Foram selecionadas 2 questões do Questionário Semântico-Lexical da área temática de religiões e crenças para validar a hipótese da pesquisa, assim formuladas: QSL 151 “Como se chama uma mulher que tira mau-olhado com rezas, geralmente com galho de planta?” e QSL 152 “Como se chama a pessoa que trata de doenças através de ervas e plantas?” (COMITÊ NACIONAL DO PROJETO ALiB, 2001, p. 33). As denominações encontradas, como, por exemplo, benzedeira, benzedor, rezadeira, raizeira e etc, foram avaliadas considerando a produtividade dos sufixos agentivos quanto somados à bases abstratas e à flexão de gênero.