EM BUSCA DE ÁREAS DIALETAIS BRASILEIRAS A PARTIR DOS DADOS DOS ASTROS NOS CORPUS DO PROJETO ALiB
Áreas dialetais. Léxico. Antenor Nascentes. Estrelas.
Neste trabalho, apresenta-se parte de tese de Doutorado cujo objetivo é investigar a partir do Léxico, as áreas dialetais propostas por Antenor Nascentes na década de 50, a saber: Falar Nordestino, Falar Baiano, Falar Mineiro, Falar Fluminense, Falar Sulista e o Território Multivarietal, na tentativa de elucidar se na atualidade esse traçado feito pelo eminente dialetólogo se confirma. Para o estudo, tomou-se, como base, dados inéditos extraídos do corpus do Projeto ALiB, que é um intento de amplitude nacional, na área da Dialetologia e que tem como método a Geolinguística Pluridimensional, que se sustenta em um tripé básico, definido por Cardoso (2010, p. 89), como rede de pontos, informantes e questionários. Nesse sentido, para a realização desta versão prévia de tese, selecionou-se uma rede de pontos composta por 142 localidades, distribuídas no Sul, Centro-Oeste e parte do Sudeste do Brasil, equivalentes ao Falar Mineiro, ao Falar Sulista, ao Falar Fluminense e ao Território Multivarietal de Nascentes (1953). Para isso, utilizou-se três questões, do Questionário Semântico-Lexical – QSL, do Projeto ALiB, que investigam os nomes atribuídos às “estrelas”, mais especificamente as questões 29, 30 e 31, e contou-se com a contribuição de 568 informantes, estratificados conforme metodologia de seleção de informantes do referido projeto, em que se considera o sexo (masculino e feminino) e duas faixas etárias (faixa I – 18 a 30 anos e faixa II – 50 a 65 anos). Destaca-se que, por questões metodológicas, a escolarização não está sendo monitorada, pois as respostas dadas pelos informantes das capitais, com nível de escolaridade universitário, foram desconsideradas. O léxico registrado na amostra, como, por exemplo, Estrela d’Alva e Estrela Cadente foi avaliado considerando, além da distribuição espacial, os aspectos semântico-motivacionais que podem ter favorecido, de alguma maneira, a cristalização destes usos e foram comparados com os estudos de Romano (2015), Cuba (2015), Alencar (2018) e Santos (2016), no que concerne às áreas dos falares selecionados para este estudo preliminar. Com os resultados parciais encontrados, busca-se evidenciar que o Léxico também pode ser utilizado para demarcar áreas dialetais, assim como encontraram Ribeiro (2012) e Romano (2015), a partir do traçado de Nascentes (1953).