Banca de DEFESA: ELIDE ELEN DA PAIXÃO SANTANA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ELIDE ELEN DA PAIXÃO SANTANA
DATA : 31/08/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Sala de Defesas do ILUFBA
TÍTULO:

A DETERMINAÇÃO DE GÊNERO FEMININO NO PORTUGUêS BRASILEIRO


PALAVRAS-CHAVES:

Variação de gênero. Projeto ALiB. Dialetologia. Sociolinguística.


PÁGINAS: 296
RESUMO:

A presente tese de doutorado discute a variação de gênero através da atribuição de gênero feminino a quatro vocábulos: ‘alemão’, ‘chefe’, ‘ladrão’ e ‘presidente’, além de outras lexias utilizadas para nomear os conceitos “mulher que nasce na Alemanha”, “mulher que chefia”, “mulher que rouba” e “mulher na presidência”. A análise da marcação de gênero leva em consideração a seleção de uso dos informantes e as suas avaliações e julgamentos de valor das formas mencionadas, o que proporciona uma discussão acerca do expressão de ideais sexistas através da linguagem, apoiada nos estudos do gênero que se associam a questões que perpassam pelo trabalho das mulheres, presença de mulheres na política assim como a reprodução desses ideais através na língua, que, na atualidade, se mostra bastante ativa com a discussão do gênero não-binário no português e em outras línguas. Este trabalho fundamenta-se nos pressupostos teórico-metodológicos da Dialetologia (CHAMBERS; TRUDGILL, 1994; FERREIRA; CARDOSO, 1994), da Geolinguística Pluridimensional (CARDOSO, 2010) e da Sociolinguística Variacionista (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]; LABOV, 2008 [1972]), tendo como objetivo a análise dos dados linguísticos através de um viés quantitativo e qualitativo. Os dados linguísticos foram obtidos do questionário do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), aplicado a 1.100 informantes oriundos de 250 localidades, distribuídas pelas cinco regiões do país, tanto cidades do interior quanto capitais de estado. Os informantes são estratificados de acordo com escolaridade (fundamental incompleta e universitária), duas faixas etárias (18 a 30 e 50 a 65 anos) e sexo, proporcionando, assim, critérios sociais que podem dar indícios das motivações que influenciam as escolhas linguísticas. Os resultados obtidos através da escuta dos áudios foram catalogados e são apresentados em tabelas, gráficos e cartas linguísticas, permitindo a visualização dos dados e a comparação entre diferentes grupos sociais, somando-se à discussão dos temas que buscam explicar as motivações das escolhas linguísticas. Com isso, é possível chegar a resultados que indicam a preferência pelas formas comuns de dois gêneros, como em ‘chefe’ e ‘presidente’ ao invés de ‘chefa’ e ‘presidenta’, a identificação de formas não esperadas utilizadas como alternativa à forma padrão ‘alemã’ e a competição entre as variantes ‘ladra’ e ‘ladrona’. Para além disso, identificaram-se sufixos variados que carregam marcas de feminino e podem ser utilizados como alternativa aos sufixos esperados e à demonstração de dúvida e desconhecimento dos informantes acerca de formas linguísticas específicas para denominar os conceitos questionados. Os resultados podem, então, contribuir para a compreensão da categoria de gênero linguístico no português enquanto diversa e mais plural do que o que se tem definido em gramáticas prescritivas.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - FRANCIANE ROCHA - UFRB
Interna - ***.893.835-** - JACYRA ANDRADE MOTA - UFRJ
Presidente - ***.254.115-** - JOSANE MOREIRA DE OLIVEIRA - UEFS
Interna - 2331858 - MARIA CRISTINA VIEIRA DE FIGUEIREDO SILVA
Externo à Instituição - NATIVAL ALMEIDA SIMOES NETO - UEFS
Notícia cadastrada em: 18/08/2023 18:18
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