POLÍTICAS LINGUÍSTICAS EM ANGOLA: O SILENCIAMENTO DA LÍNGUA UMBUNDU E DA IDENTIDADE CULTURAL DOS OVIMBUNDOS
Políticas linguísticas. Colonização linguística. Língua Umbundu. Ovimbundos.
A presente dissertação propõe-se analisar as políticas linguísticas implementadas em Angola que fomentaram o silenciamento da língua umbundo e da identidade cultural dos ovimbundos, iniciado pelos colonizadores lusitanos e continuado pelas autoridades angolanas no pós-independência. Sendo assim, realizou-se um levantamento da realidade sociolinguística de Angola anterior à presença da colonização de expressão portuguesa, com enfoque nas características culturais e linguísticas dos primeiros povos a se instalarem no território de Angola dos Khoisan e dos Vatwa; também apresentaram-se as características da organização social, étnica, cultural e linguísticas da população angola de matriz banto, o que permiutiu inferir-se que Angola, antes da colonização lusitana, era um país cimentado pelo modelo multicultural, multiétnico e multilinguístico. Sendo assim, tornou-se imperioso discorrer sobre a conjuntura linguística e cultural de Angola durante a presença da colonização portuguesa. O processo de colonização causou rupturas no tabuleiro linguístico e no plano cultural dos angolanos e das angolanas. Sabidamente, os colonizadores de expressão portuguesa usaram a política do estatuto do indigenato e a política assimilacionista como ferramentas com a finalidade de hegemonizar a língua portuguesa e desvalorizar as diferentes línguas angolanas. A par dessas questões, o presente trabalho se enquadra no campo das políticas linguísticas, nos termos de (CALVET, 2007; Rajagopalan 2013; Silva, 2013; Spolsky, 2016, Severo, 2013 entre outros). Para alcançar os objetivos da pesquisa adotou-se uma diversidade de percursos metodológicos, como a análise de conteúdo e a pesquisa documental e bibliográfica.