Desenvolvimento Neuropsicomotor e Habilidades Funcionais de Crianças com Doenças Hepáticas Crônicas.
Desenvolvimento Infantil. Doença Hepática Terminal.Deficiências do desenvolvimento. Percepção.
Revisar sistematicamente e avaliar por meta-análise os efeitos da doença hepática sobre o desenvolvimento neuropsicomotor de crianças e adolescentes com seus fígados nativos (FN) e aquelas que realizaram transplante hepático (TxH) – artigo 1. Avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) e relacionar com as habilidades funcionais de crianças com hepatopatias crônicas de 0 a 6 anos - artigo 2. Descrever as habilidades funcionais de crianças e adolescentes Hepatopatas - artigo 3. E relatar a percepção das mães de crianças hepatopatas sobre o DNPM, relacionando-o com os resultados do Teste de Triagem de Denver II – TTDII - artigo 4. Métodos: Estudo descritivo exploratório, seccional, com abordagem quantitativa e qualitativa, onde foram avaliados 73 crianças e adolescente de seis meses a dezessete anos com hepatopatias crônicas atendidas em Centro de referência no estado da Bahia e seus cuidadores principais no período de novembro 2018 a março de 2020. No artigo 1,foram realizadas buscas nas bases de dados PubMed e periódicos Scopus desde as primeiras publicações na década de 1980 até junho de 2019, de estudos observacionais.O TTDII foi aplicado em 32 crianças e após realizamos entrevistas aos pais com Inventário de Avaliação Pediatrica de Incapacidade (PEDICAT) no artigo 2. No artigo 3, a versão rápida da PEDI-CAT foi aplicada na amostra ampliada com 73 pais de crianças com 0 a 17 anos. Os domínios avaliados foram atividade diária, mobilidade, social-cognitivo e responsabilidade. No artigo 3 foi realizado entrevista narrativa com a seguinte pergunta disparadora: “O que a senhora acha do desenvolvimento do seu(sua) filho(a)?” a entrevista foi gravada e transcrito os dados. Resultados: No artigo 1, 25 estudos foram incluidos com 909 crianças e adolescentes com doenças hepáticas. As metanálises mostraram déficits QI total -0.41(IC 95%: -0.51 to -0.32; N: 9.973), QI verbal– 0.38 (IC:95%; - 0.57 to -0.18; N: 10.284) e linguagem receptiva – 0.85 (IC:95%; - 1.16 to – 0.53; N: 921) nas TxH. Nas com FN que apresentaram sintomas precocemente tinham escores de QI Total e Verbal (85±8.8; 86.3±10.6 respectivamente) menores do que aquelas com manifestações clínicas tardias (99.5±13.8; 96.2±9.2). No artigo 2, observou-se, que no TTDII, 71,9% (23/32) da amostra apresentou suspeita/risco para o DNPM. A relação entre os instrumentos TTDII e PEDI-CAT, verificou-se que dentre as crianças hepatopatas com suspeita/risco para o DNPM o escore normativo/T-Escore foi de 60,74±9,18 para atividades diárias, 57,61±11,84 para o domínio de mobilidade e 48,35±6,29 para o social/cognitivo. No artigo 2, os escores normativos/T-Escores das atividades de vida diária com FN foi 56,30±10,67, a mobilidade 49,09±16,76 e o escore sócio/cognitivo 44,46±11,02, responsabilidade 49,84±11,87. Aquelas que foram transplantadas obtiveram resultados das atividades de vida diária 51,20±7,34, mobilidade 38,13±19,99 seguidos de escores sócio/cognitivos 42,87±10,59 e responsabilidade 49,83±10,88. A percepção das mães sobre o desenvolvimento de seus filhos coincidiu com os resultados do TTDII. Conclusão: A doença hepática aguda ou crônica pode determinar declínios nas funções cognitivas, motoras e de linguagem . Quando foram avaliadas pelo TTDII, as crianças hepatopatas apresentaram potencial risco para atrasos no DNPM, entretanto estas, não apresentaram suas habilidades funcionais reduzidas pelo PEDI-CAT, mesmo quando amostra foi ampliada para crianças maiores e adolescentes. As mães de crianças hepatopatas, no geral demonstraram uma boa percepção acerca do DNPM de seus filhos, ou seja, essas mães conseguem identificar comportamentos típicos e atípicos