NÃO DEIXAR NINGUÉM PARA TRÁS? UMA ANÁLISE DOS MOVIMENTOS GLOBAIS HEFORSHE E OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Feminismos; Igualdade de gênero; HeForShe; Objetivos de Desenvolvimento Sustentável; Relações Internacionais
A desigualdade de gênero, a violência e a opressão das mulheres é uma questão de longa data, e é inegável a sua crescente importância para qualquer debate, iniciativa ou movimento que esteja verdadeiramente comprometido com a justiça social. O lançamento dos movimentos globais HeForShe, em 2014 pela Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, ONU Mulheres, e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU), representam importantes marcos nos esforços globais para fortalecer e fomentar as mudanças necessárias no mundo e nos esforços para a superação da desigualdade de gênero e a promoção do desenvolvimento sustentável. Reconhecendo que a superação da desigualdade de gênero não pode estar dissociada das lutas para a superação de opressões como a racial, de classe e da hetero-cis-normatividade, e que apenas respostas estruturais poderão garantir a superação destas desigualdades; nesta pesquisa, fundamentado em teorias feministas, com uma abordagem interseccional e decolonial, realizo uma análise crítica sobre esses dois movimentos globais, e em específico o ‘ODS 5: Igualdade de Gênero’, com o objetivo de melhor compreender como as propostas, metas e estratégias desses movimentos globais respondem às opressões e desigualdades estruturais; como estes movimentos se posicionam em relação à universalização das viências e experiências das mulheres; e como contemplam as pautas feministas da atualidade. A metodologia utilizada neste trabalho é de análise qualitativa, com base documental e de mídias, disponíveis nas plataformas e páginas oficiais dos movimentos globais estudados e de entidades da ONU, e revisão de literatura feminista. Resultados da análise apontam ausências de marcadores sociais importantes, propostas paliativas frente às desigualdade estruturais, e a não contemplação de pautas importantes do movimento feminista.