NA ALEGRIA E NA TRISTEZA: Reflexões feministas sobre o casamento
casamento; relações de gênero; direitos; teoria feminista
Esta dissertação aborda o tema do casamento monogâmico heterossexual e seu papel na construção, atualização e manutenção da desigualdade de gênero, a partir do campo teórico dos feminismos. Tendo em vista a polissemia do termo casamento, adota-se o conceito de tecnologia de gênero, formulado pela pensadora feminista Teresa de Lauretis para correlacionar a produção feminista ao tema do casamento. Toma-se para análise obras centrais do feminismo ocidental como A nova mulher e a moral sexual (Kollontai,2000), O Segundo Sexo (Beauvoir, 1967), A Mística Feminina (Friedan,1971), A Revolução mais longa (Mitchell, 1967), A política sexual (Millet, 1971), A Dialética do Sexo (Firestone, 1976) e A mulher Eunuco (Greer, 1971) em busca de compreender o posicionamento das autoras sobre o casamento como um lócus de subordinação e exploração e formas de romper e subverter esse destino. Ao contextualizar o debate sobre o casamento, a discussão aborda como problemas a igualdade formal e jurídica no contrato de casamento e a reivindicação pelo casamento igualitário na perspectiva crítica a concepções liberais do feminismo branco ocidental como discurso político dominante. Desta forma, compreende-se que os feminismos são espaços de criação de realidades políticas resistentes ao sistema heteropatriarcal no tocante ao casamento.