LUTE COMO UMA MULHER NEGRA: DO SINDOMÉSTICO AO COLETIVO DE MULHERES CREUZA MARIA OLIVEIRA
Trabalhadoras domésticas baianas organizadas; interseccionalidade de gênero, raça e classe no trabalho doméstico; empoderamento de mulheres negras.
A presente dissertação é resultado de uma pesquisa qualitativa realizada no Coletivo Creuza Maria de Oliveira buscando entender se e como elas contribuem com o fortalecimento do Sindoméstico. O período de realização do estudo foi de abril de 2016 a dezembro de 2018, tendo como lócus de pesquisa o Sindicato das Trabalhadoras Domésticas da Bahia – Sindoméstico/BA e posteriormente o Coletivo de Mulheres Creuza Maria Oliveira, de dezembro de 2016 a dezembro de 2018. Como metodologia de construção dos dados, foi utilizada a pesquisa etnográfica, tendo como técnica a observação participante realizada em reuniões de ambos os espaços e, como instrumentos de coleta de dados, a entrevista semiestruturada, a qual foi realizada com mulheres que integram o Sindoméstico e o Coletivo de Mulheres Creuza Oliveira, e a análise de documentos, publicações e arquivos do Sindoméstico. Como resultado da pesquisa apresenta-se que: O coletivo de mulheres Creuza Maria Oliveira surge como um instrumento de mobilização para fortalecer o Sindoméstico; nas suas reuniões, além de abordar os direitos e deveres das trabalhadoras domésticas, há a formação a respeito de temáticas como violência, combate ao racismo, trabalho doméstico no Brasil, empoderamento, autoestima; o Coletivo promove curso de alfabetização e incentivo à escolarização, cursos profissionalizantes, encaminhamentos para atendimento psicológico, e tem atuado fortemente na mobilização de mulheres a participar do Sindicato; há o entendimento sobra a intersecção de gênero, raça e classe, que atravessa o surgimento e as práticas do Sindicato bem como do Coletivo de Mulheres.