NO PALCO, O TEATRO DAS OPRIMIDAS APRESENTA: UMA CRÍTICA FEMINISTA AO PAPEL DAS MULHERES NAS ARTES CÊNICAS E NA SOCIEDADE
Gênero e relações de poder; Teatro; Teatro feminista; Teatro do Oprimido; Teatro das Oprimidas.
Os estudos sobre os estereótipos de gênero na estrutura da sociedade tem estado na pauta de movimentos sociais e pesquisas acadêmicas desde o século XIX. Dessa forma, diversas portas vêm sendo abertas com chaves de questionamentos sobre ser homem e mulher na sociedade, privilégios e faltas de oportunidade, estruturas de poder e submissão. A partir da análise da história do teatro é possível entendê-lo também como um espaço de modelação de comportamentos e ações que privilegiam o masculino como parâmetro para definir os valores da sociedade. Assim, as mulheres que mostrassem aptidão para este segmento profissional artístico, eram vistas como sem valor e vulgares. Mas, no século XX, inspiradas nas bandeiras feministas de luta pela equidade de gênero e das novas epistemologias críticas sobre representações de papeis, as artes cênicas passam a atuar com dramaturgias que explicam as disparidades de gênero nas relações cotidianas, surgindo, assim, grupos de teatro feministas. Assim, instigada por reflexões na linha da historiografia, a dissertação tem o objetivo de investigar como e o porquê que o Teatro das Oprimidas – movimento dissidente da proposta do Teatro do Oprimido surgido no inicio dos anos 1970 – trouxe as propostas do Teatro Feminista para as suas práticas cênicas. Por meio de pesquisa bibliográfica investigamos como tem sido as participações das mulheres no teatro brasileiro até a experiência do Teatro das Oprimidas. A pesquisa destaca as influências dos marcadores de raça e classe como categorias interseccional para evidenciar nas análises a importância das produções cênicas adotarem perspectivas que venha a construir uma sociedade menos desigual sem machismo, racismo e outras diferenças sociais.