(DES) UNIVERSALIZANDO O CUIDAR:NARRATIVA DAS MULHERES NEGRAS “MÃES SOCIAIS” QUE REALIZAM TRABALHO DO CUIDADO REMUNERADO NAS UNIDADES DE ACOLHIMENTO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SALVADOR
mães sociais; mulheres negras; colonialidade; trabalho do cuidado; racismo genderizado
A presente dissertação propõe explorar debates sobre trabalho do cuidado e mulheres negras, a partir da pesquisa exploratória sobre a atuação de “mães sociais” em unidades de acolhimento para crianças e adolescentes. O estudo tem como finalidade conhecer e compreender as expressões do trabalho do cuidado na vida de mulheres negras que atuam como mães sociais em unidades de acolhimento institucional para crianças e adolescentes do município de Salvador-BA. Busca ainda pontuar questões invisibilizadas, a partir do feminismo decolonial, verificar de que modo a colonialidade e o racismo genderizado estão presentes no trabalho de cuidado remunerado realizado por mulheres negras na sociedade, a partir do trabalho das “mães sociais” em Salvador; Compreender os contornos e elementos que permeiam o trabalho de cuidado no Brasil e suas particularidades em instituições que acolhem crianças e adolescentes; Identificar e compreender como se dão as condições de trabalho e como o trabalho de cuidado é desenvolvido pelas mulheres negras, que atuam como mães sociais nas unidades de acolhimento para crianças e adolescentes em Salvador. Para tanto, foram realizadas revisões bibliográficas, análises documentais e entrevistas semi-estruturadas com “mães sociais” que atuam em unidades com modalidade de acolhimento em casa-lar. A partir dos dados, foi enfatizada a necessidade de aprofundamento sobre as abordagens pontuadas, que perpassam diversas áreas, sobretudo, a de direitos para crianças e adolescentes, bem como a necessidade de novas reflexões sobre a categoria trabalho e sobre a (des) universalização nos estudos sobre gênero e trabalho do cuidado.