PPGDANCA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DANÇA (PPGDANCA) ESCOLA DE DANÇA Telefone/Ramal: Não informado

Banca de QUALIFICAÇÃO: MARIA BEATRIZ FERREIRA VASCONCELOS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARIA BEATRIZ FERREIRA VASCONCELOS
DATA : 14/08/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Escola de Dança da UFBA/Remoto
TÍTULO:

DANÇA DO VENTRE RIZOMÁTICA:

INTERMEZZO ENTRE TRANSNACIONALIDADE, ORIENTALISMO E ANTROPOFAGIA


PALAVRAS-CHAVES:

Dança do Ventre. Rizoma. Orientalismo. Antropofagia.


PÁGINAS: 154
RESUMO:

O presente trabalho propõe a reflexão de aspectos que atravessam a Dança do Ventre de maneira rizomática, conceito filosófico trazido por Gilles Deleuze e Félix Guattari no livro Mil Platôs (2017). Tal qual a estrutura vegetativa forma a imagem de um emaranhado de linhas conectadas, essa dança vem se desenvolvendo como um modo de representação cuja composição, princípios e abrangência se propaga ad infinitum, cada uma comportando o seu próprio devir. Diante de toda a sua complexidade multifacetada, não é possível precisar um ponto genealógico específico, visto que sua tradição se transnacionalizou através de povos das mais diversas origens. Da mesma forma, também não é possível reduzir essa prática a conceitos essencialistas dos quais o Orientalismo é o porta voz mais emblemático. Inaugurado pelo crítico literário palestino Edward Said em sua obra Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente (2007), o termo se refere a uma forma de pensar ocidental cujo campo de estudo toma como base uma unidade geográfica, linguística, cultural e étnica chamada de Oriente. Ao propor a contextualização histórica da Dança do Ventre sob a ótica do Orientalismo, o trabalho politizará a discussão de como esse paradigma funcionou como uma ferramenta conceitual para imaginar o outro de forma exótica e sexualizada, concepção que atingiu e moldou as próprias entranhas da Dança do Ventre tal qual a conhecemos (ou imaginamos conhecer) hodiernamente. Paradoxalmente, as objetificações orientalistas continuam sendo um aspecto que desperta grande apelo aos praticantes da modalidade. Nesse sentido, o trabalho problematizará a forma rizomática pela qual a Dança do Ventre se apropriou do seu viés orientalista reconfigurando-se numa prática feminista e antropofágica que continua a se ampliar em múltiplos devires, a respeito do Estilo Tribal Americano de Dança do Ventre e o Tribal Fusion. Não obstante as propostas desses desdobramentos contemporâneos já anunciem mudanças significativas no sentido de combater a objetificação e apagamento dos corpos fora das normativas dominantes, problematizaremos como a cena nacional tem buscado alternativas no sentido de propor uma maior decolonização de sua prática. Assim como Oswald de Andrade suscita em seu Manifesto (1928) a necessidade de uma vacina antropofágica como estratégia para uma produção artística autenticamente nacional, sinalizaremos caminhos possíveis para construção de uma Dança do Ventre que reflita de forma rizomática nossa própria identidade.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1914550 - CARMEN PATERNOSTRO SCHAFFNER
Interna - 3196617 - LUDMILA CECILINA MARTINEZ PIMENTEL
Interna - 1220052 - CIANE FERNANDES
Externo ao Programa - 2091873 - LEONARDO JOSE SEBIANE SERRANO - UFBAExterno à Instituição - ARNALDO LEITE DE ALVARENGA - UFMG
Notícia cadastrada em: 17/01/2023 11:21
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