Banca de DEFESA: MARILIA NERI MATOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARILIA NERI MATOS
DATA : 03/02/2022
HORA: 09:30
LOCAL: Plataforma remota
TÍTULO:

Cisnormatividade e presenças trans em universidades federais da Bahia


PALAVRAS-CHAVES:

Trans. Pessoas Transgêneras[1]. Ensino Superior. Permanência. Interacionismo simbólico. Epistemologias do Sul. Teoria Queer.

 

[1]A escolha pelo termo “pessoas transgêneras” apesar de não estar de acordo com uma norma gramatical, não foi feita acaso. A partir do diálogo com pesquisadoras em gênero e pessoas trans, esse é um uso preferido por muitas e, por isso, está presente neste trabalho. Essa escolha também é vista como uma escolha política na nota de rodapé no trabalho da pesquisadora e feminista trans Letícia Nascimento, “seguimos como as falas são vivenciadas pelos movimentos trans*” (NASCIMENTO, 2021, p. 18)


PÁGINAS: 227
RESUMO:

A maioria das sociedades construiu olhares fixos sobre conceitos que são naturalizados no cotidiano, entre eles, o conceito de gênero. As pessoas transgênero, que não se identificam com o gênero designado ao nascer, subvertem essa lógica binária, sendo alvo de marginalização e violência em diferentes contextos, entre eles, o contexto educativo. A partir de diálogos teóricos entre o Interacionismo Simbólico, as Epistemologias do Sul e as teorias queer, a presente tese propõe analisar a presença de pessoas trans em duas universidades federais da Bahia, em diálogo com a cisnormatividade que as afeta. A cisnormatividade é uma imposição da cisgeneridade, como expressão de gênero “natural” e “adequado” à sociedade, violentando outras formas de expressão da identidade de gênero. Considerando a escassez de estudos, no Brasil, sobre a presença de pessoas transgênero em ambientes educacionais, com destaque para o ensino superior, esta pesquisa quis colaborar para a compreensão das trajetórias acadêmicas das pessoas transgêneros, bem como os impactos dessas temáticas e pessoas no contexto universitário. Para tanto, com base na  abordagem qualitativa, os dados foram produzidos por entrevistas compreensivas com pessoas trans, utilizando também as notas do diário de campo da pesquisa. Os resultados foram construídos em minha em minha trajetória como uma pesquisadora cisgênera que se desconstruiu ao longo da pesquisa, reconhecendo erros e exotificações para com as pessoas trans, como fruto dessa cisgeneridade. Os dados das entrevistas me permitiram perceber que a universidade é reprodutora de silenciamentos e violências contra pessoas trans, não promovendo rápidas respostas para mudanças burocráticas para respeito ao nome social e onde ocorre dificuldade no uso dos banheiros e outros espaços comuns. Ao mesmo tempo, é um terreno contraditório e potencial para a desconstrução dessa cisnorma arraigada, fomentando o encontro entre pessoas trans que se auxiliam na permanência, ao mesmo tempo em que convidam pessoas cis a rever suas ideias e atitudes, apesar de resistências. Dessa forma, considero que o maior impacto da pesquisa foi sobre a minha própria trajetória acadêmica e de vida, reconhecendo as limitações do meu trabalho e possibilidades para futuros estudos, destacando a cisnormatividade como uma opressão que caminha com outras opressões em direção a um mundo padronizado, mundo que é afetado no encontro com outras formas de existência e, por isso, pode se reconstruir.

 


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 285400 - SONIA MARIA ROCHA SAMPAIO
Externo ao Programa - 2331872 - LUIS AUGUSTO VASCONCELOS DA SILVA
Externa à Instituição - GEORGINA GONÇALVES DOS SANTOS - UFRB
Externa à Instituição - JAQUELINE GOMES DE JESUS
Externa à Instituição - LUMA NOGUEIRA DE ANDRADE - UNILAB
Notícia cadastrada em: 10/01/2022 10:58
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