Banca de DEFESA: MARISA CUNHA MARQUES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARISA CUNHA MARQUES
DATA : 08/01/2021
HORA: 10:00
LOCAL: Ambiente virtual
TÍTULO:

A ANGÚSTIA NO "TRANSTORNO DE PÂNICO": UMA SAÍDA PROVISÓRIA DO DISCURSO CAPITALISTA


PALAVRAS-CHAVES:

Angústia; Transtorno de pânico; Psicanálise; Discurso capitalista; Jacques Lacan.


PÁGINAS: 160
RESUMO:

O aumento dos casos diagnosticados como transtorno de pânico tem levado muitas pessoas aos serviços de emergência, sendo considerado uma das maiores causas de afastamento do trabalho atualmente no Brasil. A medicina, após excluir a possibilidade de infarto, costuma declarar que o paciente não tem nada, prescrevendo ansiolíticos e/ou antidepressivos e atribuindo sua causa a alterações neuroquímicas. Diferentemente da medicina, a psicanálise não toma essa manifestação de angústia como infundada, mas como indicação de que há algo a ser escutado. Outra diferença diz respeito ao conceito de cura. Na medicina, o diagnóstico depende da ideia de doença ou, em outros momentos, da evidência de sua existência, constituindo algo que deve ser indexado no momento do diagnóstico e eliminado no processo de cura para o bem-estar do indivíduo, sem relacioná-lo necessariamente à sua história ou inserção na cultura. Para a psicanálise, o mal-estar do sujeito está sempre relacionado à cultura e ao tempo histórico, a cura vem por acréscimo, representada pelo bem-dizer sobre o que lhe causa sofrimento e implica transformação na posição de sujeito frente à sua história. O objetivo desta tese é examinar a presença da angústia no chamado transtorno de pânico. A pergunta que norteia a investigação é: qual seria a relação entre a angústia presente no chamado transtorno de pânico e o discurso capitalista, na contemporaneidade? A hipótese pode ser assim formulada: a manifestação de angústia que se apresenta no chamado transtorno de pânico pode ser considerada um esforço em dar um basta, um corte no excesso produzido pelo discurso capitalista. De modo geral, pacientes que chegam à psicanálise diagnosticados com transtorno de pânico se dão conta da presença de algo excessivo em suas vidas e buscam construir limites a esse excesso. Considerando que o discurso capitalista, tal como apresentado por Lacan, convoca o sujeito a um deslizamento metonímico ininterrupto, a manifestação da angústia presente no diagnóstico de transtorno de pânico, mais que uma patologia, como insiste a medicina, pode ser considerado como uma saída provisória do discurso capitalista, uma recusa a ser engolfado pela aceleração contemporânea, na qual o sujeito se vê enredado.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1560873 - DENISE MARIA BARRETO COUTINHO
Externo ao Programa - 286569 - HORTENSIA MARIA DANTAS BRANDAO
Externo ao Programa - 1560720 - SUELY AIRES PONTES
Externo à Instituição - ANA CRISTINA COSTA FIGUEIREDO - UFRJ
Externo à Instituição - JOÃO GABRIEL LIMA DA SILVA - UEFS
Notícia cadastrada em: 15/12/2020 12:30
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