Banca de DEFESA: CAROLINA SILVA PEREIRA REBOUÇAS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : CAROLINA SILVA PEREIRA REBOUÇAS
DATA : 10/10/2019
HORA: 14:00
LOCAL: Sala de Videoconferência do Pavilhão Raul Seixas - FFCH
TÍTULO:

As significações de parentalidade para pai e mãe que vivenciaram violência intrafamiliar na infância e ou adolescência


PALAVRAS-CHAVES:

 Parentalidade; filialidade; significações; violência intrafamiliar; narrativa; Psicologia Semiótico Cultural.


PÁGINAS: 159
RESUMO:

O presente estudo aborda as significações da parentalidade para genitores que vivenciaram a violência intrafamiliar na infância e adolescência. Para tanto, construímos um diálogo integrando discussões sobre filialidade, parentalidade e violência intrafamiliar contra a criança e ou adolescente. Tendo em vista esta problemática, optou-se por tratá-la a partir do referencial teórico da Psicologia Semiótico Cultural. Especificamente, buscou analisar (1) os modos como a experiência de violência perpetrada pelos pais na infância se relacionam com as significações sobre filialidade e; (2) analisar as significações que os participantes constroem sobre suas experiências de parentalidade. Como método, foi adotado uma abordagem qualitativa com o uso da narrativa dos sujeitos, elegendo o estudo de casos múltiplos. A análise da narrativa dos sujeitos foi realizada de forma que atendesse aos objetivos específicos deste estudo. O estudo foi realizado no contexto do “Brincando em Família”, um projeto de extensão do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia que oferece atendimento psicológico em grupo a partir do brincar para as crianças e suas famílias. Sendo assim, alguns pais que se adequaram aos critérios estabelecidos, foram convidados a participar da pesquisa empreendida, sendo o convite realizado a partir de uma breve explicação sobre os objetivos do estudo. Este estudo foi realizado com dois sujeitos (um pai e uma mãe). Entre os resultados, percebeu-se que para os participantes as significações sobre a filialidade (primeiro objetivo) foram atravessadas pela vulnerabilidade social e econômica e pela violência intrafamiliar. Na narrativa de José, a filialidade relacionada à figura paterna foi significada por sentimentos de ambivalência. No que diz respeito a sua mãe, José define a relação entre ambos como permeada por muito amor, cuidado mútuo, companheirismo e proteção. Também fica claro que suas significações de parentalidade estão também relacionadas com o seu próprio pai, descrevendo pontos negativos da relação que estabeleceu com ele, refletindo criticamente sobre como tais atitudes o impactaram e, deste modo, relata agir diferente em relação ao próprio filho, buscando ser atencioso e presente. As significações de filialidade desenvolvidas por Diana, referentes à própria mãe, assumem, primeiramente, sentimentos positivos como o de ser amada, querida e acarinhada. Com a saída da mãe do contexto familiar, tais significações foram atravessadas pelo abandono material e afetivo, tristeza, ambiguidade, sentimento de inferioridade, além de violência física e psicológica sofrida por parte das irmãs. Quanto ao pai, seus relatos evidenciam as significações de filialidade perpassadas pelo distanciamento afetivo e a negligência. Para Diana, a experiência da maternidade mostrou-se como um evento disruptivo na sua trajetória. Em sua narrativa, a participante expressa que seus interesses pessoais conflitam com o exercício da maternidade, evidenciando especialmente na falta de investimento afetivo. Com os dois sujeitos desta pesquisa percebemos que a violência intrafamiliar experienciada na infância com os próprios pais, mesmo sendo um evento passado pode estar imbricada na experiência presente da parentalidade, embora não a determine.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - LUCIANA MELO E SOUZA
Presidente - 284577 - MARILENA RISTUM
Externo ao Programa - 813.457.985-04 - VIVIAN VOLKMER PONTES - UFBA
Notícia cadastrada em: 20/09/2019 12:14
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