Banca de DEFESA: JOÃO BATISTA DE BRITO BRAGA ALVES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOÃO BATISTA DE BRITO BRAGA ALVES
DATA : 22/04/2024
HORA: 08:00
LOCAL: web-conferência
TÍTULO:

CUIDADO E RACIALIZAÇÃO EM UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL INFÂNCIA-ADOLESCÊNCIA: UMA ANÁLISE DA PSICOLOGIA SOCIAL CONSTRUCIONISTA


PALAVRAS-CHAVES:

saúde mental infantojuvenil, saúde da população negra, atenção psicossocial, psicologia social construcionista, racismo e sofrimento ético-político


PÁGINAS: 119
RESUMO:

Esta dissertação é fruto de um posicionamento político que defende que a questão racial é uma pauta que precisa ser enfrentada em nossa sociedade. Ela tem como ponto de partida meu envolvimento com as discussões sobre racismo, branquitude e antirracismo, assim como a minha experiência de lidar com esses assuntos no contexto da saúde mental, desde a época em que fui Residente em Saúde Mental. A psicologia social construcionista nos serviu de referencial teórico-metodológico, delineando um tipo de pesquisa social que tem como base o princípio da dialogicidade. Entrevistamos 17 profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial Infância-Adolescência, pedindo que explicassem o que pensavam sobre esse assunto, que descrevessem casos emblemáticos, que opinassem sobre como a própria equipe na qual trabalhavam lidavam com esse tema no cotidiano. Além das transcrições, incluímos como registro de informações nesta dissertação, um diário de campo produzido na época em que estive na unidade para fazer as entrevistas e um portfólio reflexivo de aprendizagem que elaborei anos antes como residente e que nos ajudaram a contextualizar elementos do histórico desse serviço e da equipe no envolvimento com as discussões sobre questões raciais. Organizamos as informações produzidas pelas entrevistas em quadros que continham fragmentos dialógicos selecionados em diferentes focos de análise: 1) articulações entre racismo, sofrimento e intervenções no cuidado, 2) posicionamento da equipe em torno das questões raciais; 3) modos de classificação racial e 4) preenchimento do quesito raça/cor. Apresentamos os resultados dessa pesquisa em forma de artigos. O Artigo 1 discute como incorporar a reflexão do pertencimento racial de pesquisadores/as e interlocutores como elementos de análise na produção do conhecimento. Para tanto, fizemos uma descrição da nossa experiência no trabalho de campo e problematizamos a maneira como a autodeclaração racial de nossas/os interlocutores/as nos suscitou a necessidade de pensar esse processo. Em relação ao Artigo 2 problematizamos a relevância da temática racial para pensar a saúde mental de crianças e adolescentes, assim como pensar os processos de cuidado oferecidos em serviços especializados para esse público. Visualizamos como muitos casos acompanhados em um CAPSia tem configurações de sofrimento que apontam para o racismo como uma de suas principais causas. Muitas crianças negras de Salvador chegam à unidade com queixas relacionadas à construção da autoimagem, à identificação com a brancura, às experiências de violência racial na escola, às queixas de comportamento auto e hetero agressivo contextualizados pelo racismo. Refletimos sobre os desafios de abordar esses casos pela via da dimensão interpessoal do racismo, circunscrevendo-os a um problema individual, mas também a importância das atividades educativas para o desenvolvimento de um pensamento crítico no acompanhamento dessas situações.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2313663 - MONICA LIMA DE JESUS
Interna - 1560720 - SUELY AIRES PONTES
Interna - 1854436 - VANIA NORA BUSTAMANTE DEJO
Externa à Instituição - ELIANE SILVIA COSTA - UFBA
Externa à Instituição - SANDRA ASSIS BRASIL - UNEB
Notícia cadastrada em: 10/04/2024 14:08
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