Banca de DEFESA: ANDRESSA MAYARA SILVA SOUZA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANDRESSA MAYARA SILVA SOUZA
DATA : 29/06/2023
HORA: 09:00
LOCAL: Plataforma Zoom: https://us02web.zoom.us/j/88157698900?pwd=dHF5clBLOEFUSlNTVWRnK0E1bWtiUT09
TÍTULO:

EXPERIÊNCIAS DE LUTO NÃO RECONHECIDO: O QUE SE OPERA ENTRE PERDA E PRECARIEDADE


PALAVRAS-CHAVES:

luto; reconhecimento; violência; psicanálise; psicologia.


PÁGINAS: 134
RESUMO:

A presente pesquisa tem como objeto de investigação o luto, utilizando como aporte teórico a teoria psicanalítica em articulação com a filosofia política de Judith Butler. Partindo da noção butleriana de vidas não passíveis de luto, foi elaborada como problema de pesquisa a seguinte questão: como se caracteriza a experiência subjetiva do trabalho do luto para aqueles que sofrem pela perda de vidas socialmente não passíveis de luto? Os pressupostos que possibilitaram a formulação desta questão serão discutidos na introdução deste trabalho, a saber: 1) o reconhecimento e afirmação da indissociabilidade entre dimensão singular e coletiva da subjetividade na perspectiva psicanalítica; 2) o modo como essa indissociabilidade se apresenta no ensaio freudiano Luto e Melancolia (1917), uma das principais referências neste projeto; e 3) a articulação feita, a partir disso, entre a psicanálise e a filosofia, para pensarmos o luto enquanto uma categoria política. A partir desses pontos, serão apresentados os objetivos da pesquisa seguidos da justificativa. Do ponto de vista da abordagem do problema de pesquisa e dos objetivos a serem apresentados, propõe-se a realização de uma pesquisa exploratória de caráter qualitativo, operacionalizada através da realização de entrevistas semiestruturadas, discutidas em diálogo com a revisão bibliográfica sobre o tema. Foram tomados como base os estudos sobre o luto, especificamente, em casos de perdas decorrentes da violência de Estado. A produção de dados foi feita através dos registros das entrevistas e diários de campo tendo como participantes da pesquisa mães cujos filhos tenham sido vítimas da violência de Estado. Os resultados encontrados nos relatos nos permitem defender que, dentre suas várias faces, a violência de Estado se expressa pela ausência de reconhecimento de algumas vidas (e se alicerça no não reconhecimento), o que produz efeitos no modo como os lutos serão vivenciados. Destacamos que as diferentes modalidades de enquadramento de algumas vidas podem produzir, como consequência, lutos característicos: produção da culpa, dificuldades na elaboração e na simbolização dos afetos sentidos. A apresentação de cada relato objetiva defender os testemunhos por uma dupla função destes: elaborar a perda e denunciar a violência que nestes se observa. Por fim, aposta-se, na possibilidade de que este estudo contribua para ampliar as discussões em torno do tema e das construções não só teóricas, mas clínicas, no acolhimento, no manejo e na escuta subjetiva do trabalho do luto.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1560720 - SUELY AIRES PONTES
Interna - 2685769 - CRISTIANE DE OLIVEIRA SANTOS
Externo à Instituição - LAURO BALDINI - UNICAMP
Notícia cadastrada em: 27/06/2023 13:39
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