Banca de DEFESA: GESSICA SABRINA DE ASSIS SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GESSICA SABRINA DE ASSIS SILVA
DATA : 01/02/2021
HORA: 14:00
LOCAL: online
TÍTULO:

POTENCIAL TERAPÊUTICO DE VESÍCULAS EXTRACELULARES DERIVADAS DE CÉLULAS MESENQUIMAIS NA NEUROPATIA SENSORIAL DIABÉTICA EM CAMUNDONGOS


PALAVRAS-CHAVES:

dor neuropática, dor crônica, células-tronco mesenquimais, vesículas extracelulares, sistema opióide, analgesia endógena, terapia celular, terapia cell-free.


PÁGINAS: 94
RESUMO:

INTRODUÇÃO: A neuropatia sensorial é uma das complicações mais frequentes e debilitantes do diabetes e se manifesta por meio de sintomas paradoxais como dor e perda de sensibilidade. Seu tratamento farmacológico é pouco eficaz, produz uma série de efeitos adversos e não possui ação curativa, agindo somente no alívio dos sintomas. Células-tronco mesenquimais têm sido consideradas promissoras para o tratamento das neuropatias dolorosas. As propriedades terapêuticas das células mesenquimais vêm sendo atribuídas a sua capacidade de liberar moléculas bioativas solúveis e contidas em vesículas extracelulares (VE). OBJETIVO: Investigar o potencial terapêutico de VE derivadas de células mesenquimais de medula óssea humanas (CMsMO) em modelo murino de neuropatia diabética sensorial (NDS).  MÉTODOS: CMsMO foram obtidas da medula óssea humana e caracterizadas por análises morfológicas, citometria de fluxo e diferenciação in vitro. As VE foram obtidas por ultracentrifugação do secretoma de CMsMO e caracterizadas quanto ao seu tamanho, forma e quantidade por microscopia eletrônica de transmissão (MET) e pela técnica de análise de partículas em suspenção (NTA - Nanoparticle Tracking Analysis). O modelo de NDS por estreptozotocina (ETZ; 80 mg/kg/i.p.) foi induzido em camundongos C57Bl/6 machos (22-25g), oriundos do Biotério do IGM (FIOCRUZ-BA) e o limiar nociceptivo mecânico foi avaliado durante todo o período experimental (92 dias), com filamentos de von Frey. Trinta dias após a indução do modelo, os camundongos receberam administração endovenosa de salina (100 µL), VE-CMsMO (100 µL) ou CMsMO (1x106). A contribuição do sistema opióide para o efeito analgésico da terapia celular foi investigada em ensaio de reversão por antagonista, utilizando-se naloxona (0.4 mL/kg por via i.p) administrada 7 e 60 dias após o transplante. A expressão de preproencefalina na medula espinal e no sobrenadante do cultivo de CMsMO foi analizada por PCR quantitativo em Tempo Real (RT-qPCR). RESULTADOS: Através do ensaio de diferenciação e pela caracterização por citometria de fluxo, foi confirmado que as células em expansão eram mesenquimais. A caracterização das VE-CMsMO pelo NTA mostrou uma população de VE com tamanho de 52,4 a 450 nm, correspondente à microvesículas e exossomos. O número total médio de vesículas recuperadas a partir de 1x106 CMsMO foi de 4,4x108. Dados da MET confirmaram a presença de estruturas com morfologia semelhante à de VE. Uma única administração endovenosa de CMsMO ou VE-CMsMO foi capaz de reverter os sinais comportamentais de neuropatia diabética dolorosa durante todo o período experimental (p<0,05). A administração de naloxona (3 mg/Kg, via i.p), antagonista não seletivo de receptores opioides, reverteu a antinocicepção induzida por CMsMO e VE-CMsMO (p<0,05). Análises de RT-qPCR realizadas 7 dias após os tratamentos com CMsMO e VE-CMsMO indicam o aumento da expressão de preproencefalina em animais neuropáticos quando comparados com salina (p<0,001). Já 60 dias após os tratamentos, foi observado que animais neuropáticos tratados com salina apresentaram menor expressão de preproencefalina na medula espinal em relação aos animais não-neuropáticos (p<0,05). Ainda, a administração de VE-CMsMO, mas não de CMsMO, aumentou a expressão de preproencefalina na medula espinal de camundongos com neuropatia diabética quando comparados aos neuropáticos tratados com salina (p<0,01). Em adição, análises de CMsMO em cultura evidenciaram que essas células expressam preprooencefalina. CONCLUSÃO: os resultados do presente trabalho mostram que VE derivadas de CMsMO humanas preservam as propriedades antinociceptivas das células de origem, e que este efeito parece envolver a ativação do sistema opioide endógeno. Esse estudo evidencia o potencial da terapia cell-free para o controle da neuropatia diabética dolorosa.


MEMBROS DA BANCA:
Interno(a) - 2055299 - ANA LEONOR PARDO CAMPOS GODOY
Presidente - 1536719 - CRISTIANE FLORA VILLARREAL
Externo(a) à Instituição - LUIZ FERNANDO FERRARI
Notícia cadastrada em: 19/01/2021 22:25
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