Banca de DEFESA: DOURIVALDO SILVA SANTOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : DOURIVALDO SILVA SANTOS
DATA : 22/03/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Faculdade de Farmácia
TÍTULO:

CARACTERIZAÇÃO FARMACOLÓGICA DAS PROPRIEDADES ANTINOCICEPTIVAS DA Spirulina Platensis


PALAVRAS-CHAVES:

Spirulina, dor, analgésico, anti-inflamatório, citocinas, IL-10, opióides.


PÁGINAS: 70
RESUMO:

A dor tem função fisiológica protetora, entretanto a dor intensa, persistente ou crônica acarreta sofrimento ao indivíduo, necessitando intervenção medicamentosa. Os medicamentos de primeira escolha para o controle da dor, opióides e anti-inflamatórios não esteroidais, podem causar efeitos adversos graves, sobretudo pelo uso prolongado. Dessa forma, o adequado controle da dor ainda depende do desenvolvimento de novos fármacos, mais eficazes e com menos efeitos adversos. Os produtos naturais são fonte promissora de substâncias bioativas. Spirulina platensis (SP) é uma cianobactéria que produz uma ampla variedade de metabólitos ativos, e têm despertado o interesse da indústria farmacêutica e alimentícia. Nesse trabalho, as propriedades antinociceptivas Spirulina platensis foram estabelecidas em modelos experimentais, investigando ainda seus possíveis mecanismos de ação. Inicialmente, o efeito antinociceptivo de SP foi investigado em modelo de dor inflamatória. A administração oral de SP (50-400 mg/Kg) produziu inibição dose-dependente da alodinia inflamatória (p<0,01) e do edema de pata (p<0,001) no modelo de inflamação por Adjuvante Completo de Freund (CFA) em camundongos. Importantemente, o tratamento com SP (200 mg/kg) modulou o balanço de citocinas pró- e anti-inflamatórias, ou seja, reduziu os níveis de citocinas hiperalgésicas (TNF-α, p<0,05; IL-1β, p<0,01) e elevou os de IL-10, uma citocina anti-inflamatória com ação analgésica (p<0,05). O tratamento com SP (200 mg/kg) em animais knockout para IL-10 (IL-10 /KO) não preveniu a alodinia inflamatória e nem a formação do edema de pata induzidos por CFA. Esse resultado indica que os efeitos anti-inflamatórios induzidos por SP são mediados pela produção de IL-10. A seguir, investigamos se a antinocicepção da SP tem componente centralmente mediado. O tratamento com a spirulina (100-400 mg/kg) elevou, de forma dose-dependente, o tempo de latência no teste de retirada de cauda, caracterizando ação antinociceptiva em um teste que detecta analgésicos de ação central. O efeito antinociceptivo da SP no teste de retirada de causa foi parcialmente prevenido pelo pré-tratamento com naloxona (5 mg/kg), um antagonista não seletivo de receptores opióides (p<0,05). Dessa forma, é possível propor que antinocicepção da SP possui um componente de mediação central que envolve ativação de vias opióides. Camundongos tratados com spirulina (400 mg/Kg) não apresentaram alteração no desempenho motor no teste de rota-rod, confirmando os dados positivos nos testes de atividade antinociceptiva. Em conclusão, demonstramos no presente estudo que a SP possui relevantes propriedades antinociceptivas, e corroboramos sua ação anti-inflamatória. Importantemente, as ações anti-inflamatória e antinociceptiva dessa cianobactéria parecem ser independentes, sendo possivelmente mediadas por IL-10 e pela ativação de vias opióides, respectivamente. Considerando que a Spirulina platensis já é aprovada para uso humano, esse estudo valida sua indicação clínica como anti-inflamatório e permite propor um novo uso para SP como analgésico.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1536719 - CRISTIANE FLORA VILLARREAL
Interno - 1281669 - RENATA BIEGELMEYER DA SILVA RAMBO
Externo ao Programa - 1350842 - JANICE IZABEL DRUZIAN
Notícia cadastrada em: 19/03/2019 15:34
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