NEM MULHERES, NEM NEGRXS, NEM QUEER OF COLOUR (QOC) NA LIDERANÇA DO FUTEBOL BRASILEIRO! UM ESTUDO DA INTERSECCIONALIDADE NO ESPORTE
Interseccionalidade no Esporte; Gênero/Raça; Queer no Esporte; Treinadoras Negras; Liderança no Futebol.
Esse trabalho, intitulado “Nem mulheres, nem negrxs, nem queer of colour (QOC) na liderança do futebol brasileiro! A interseccionalidade no esporte”, baseou-se na hipótese de que não há mulheres, pessoas negras e sujeitxs (caracterizadas como) queers (LGBTQI) nas funções de mando, liderança, poder no futebol brasileiro, consistindo esse problema em resistência para tais inclusões e fortalecendo, assim, a desigualdade de gênero, racial e a heterossexualidade como norma neste setor. Como forma de mostrar esses aspectos, observando as influências, motivações e persistências, esse trabalho, de abordagem qualitativa e descritiva, se apoiou na interseccionalidade e interdisciplinaridade e contou com análise documental (relatórios, recortes de jornal e da web), entrevistas, além de revisão de literatura específica. Para isso, destacaram-se as seguintes perguntas de pesquisa: Por que não há mulheres, nem negrxs, nem queer of colour (QOC) nas funções de mando e poder do futebol? E que fatores influenciaram para naturalizar estas desigualdades nos esportes? O objetivo foi analisar a diversidade no esporte brasileiro, especificamente as categorias mulheres negrxs e queer, por meio da interseccionalidade em gênero, raça, classe, território e sexualidades, recortando a modalidade futebolística, destacando as influências coloniais, socioculturais, raciais e políticas que se abatem sobre o povo negro. Os resultados deste processo demonstraram a força do racismo que, ao contrário de se erradicar, volta com força, bem como o sexismo, ambos naturalizados. Apesar de mudanças nas relações entre os sexos no que concerne a alguns espaços no esporte, a resistência à igualdade se mantém nas funções de poder, porém, velada e escamoteada sob o manto do discurso da democracia. No entanto, aparecem com força a influência do discurso de ódio que se atualiza, o androcentrismo e a manutenção da colonialidade de poder. Em suma, um olhar interseccional sobre esporte brasileiro mostrou que não há mulheres, nem negrxs, nem queer of colour no poder no campo do futebol, enfatizando a múltipla opressão na categoria racial negra.