O princípio da individuação na Metafísica de Duns Scotus em suas relações com a Natureza Comum
Metafísica, Individuação, Natureza comum, Distinção formal.
A presente pesquisa tem como tema o princípio da individuação de Duns Scotus, buscando compreender o que é e como tal princípio entra na composição de algo, para dar origem a um ser único. Para tanto, estuda-se o conceito de natureza comum, a partir do qual se pode compreender o princípio da individuação. De fato, um ser não é individuado do nada, mas de uma natureza comum, que este mesmo ser compartilha com outros seres da mesma espécie. Portanto, a natureza comum é a base na qual se opera a individuação. O elemento que confere tal individuação é chamado de hecceidade, porque é algo único e irrepetível, capaz de contrair com a natureza comum, para dar origem a um ser individual. A hecceidade é elemento positivo, já que é acrescido à natureza comum, não, portanto, algo negativo, que seria caracterizado pela ausência de algo. Tal hecceidade não recai tampouco sobre os acidentes, nem sobre a existência do ser determinado, sendo elemento central e imprescindível para a constituição do ser individual. Ademais, para uma compreensão mais acurada do referido princípio da individuação, é necessário não apenas entender a base (natureza comum) sobre a qual recai a hecceidade, mas também como natureza comum e hecceidade se relacionam para dar origem ao ser individual. A relação de ambos elementos é caracterizada pela distinção formal, na qual há inseparabilidade dos elementos e independência conceitual entre estes. Pelo exposto, a compreensão do princípio da individuação escotista passa pela análise da natureza comum, que viabiliza a individuação, por servir como uma espécie de matéria-prima para tal, e de como se relacionam ambos os aspectos, já que não há um processo de assimilação ou de sobreposição de nenhum elemento sobre o outro.