O TEMPO ORIGINÁRIO COMO FUNDAMENTAÇÃO DA DINÂMICA DA VIDA FÁTICA
tempo; vida; movimento; Dasein; cura; temporalidade
O objetivo da presente tese é analisar os motivos pelos quais o tempo é interpretado cotidianamente como movimento. Para tanto, recorreremos à filosofia de Martin Heidegger, para quem o tempo é o que dá sentido à vida humana. Dessa forma, o tempo encontra-se indelevelmente correlacionado à vida, afinal, é na fala comum a respeito das vivências do dia a dia que o tempo como movimento é feito transparente como o que passa, que é irreversível, ininterrupto e ilimitado. Analisar o tempo na perspectiva heideggeriana é, também, fazer uma incursão no pensamento de Aristóteles a respeito do tempo; para este filósofo, o tempo cotidiano é um fluxo de agoras contínuos, em que o agora atual encontra-se interligado aos agoras posteriores e anteriores; nesse sentido, os agoras são tensionados entre o então, o posterior e o outrora, o anterior. Para Heidegger, o tempo pensado por Aristóteles é o tempo expresso na cotidianidade. A partir do entrelaçamento entre vida, tempo e movimento, propomo-nos analisar a correlação entre a dinâmica da vida e a sua relação com a dinâmica do tempo cotidiano pensado como movimento, com o intuito de alcançar os fundamentos originários dessa modalidade de tempo.