REDISTRIBUIÇÃO E RECONHECIMENTO EM NANCY FRASER: UM DESAFIO DEMOCRÁTICO PARA A TEORIA CRÍTICA
Redistribuição. Reconhecimento. Dualismo perspectivista. Nancy Fraser.
O debate sobre os conceitos de redistribuição e o reconhecimento, através da abordagem da
filósofa Nancy Fraser, expõe o desafio democrático da teoria crítica contemporânea em adequar
as explicações da sociedade capitalista às demandas dos movimentos sociais contemporâneos,
rompendo com as abordagens monolíticas das teorias sociais anteriores, focadas na
redistribuição ou no reconhecimento. A pensadora defende a concepção bidimensional de
justiça como paridade participativa, articulando redistribuição e reconhecimento, partindo, por
um lado, do paradigma habermasiano da teoria da ação comunicativa e, por outro, da teoria do
reconhecimento de Honneth. Fraser se compromete a refletir sobre a dinâmica normativa das
relações sociais, políticas e materiais, objetivas e intersubjetivas, conectando teoria crítica com
as lutas sociais do seu tempo, utilizando como referência empírica a luta feminista e a teoria
crítica feminista. Neste trabalho, investigamos como Fraser assume os conceitos de
redistribuição e reconhecimento, sua ideia de paradigmas populares de justiça, o problema das
falsas antíteses, o modelo de reconhecimento como status e a mediação da norma de paridade
participativa. Analisamos as críticas ao projeto de teoria da justiça bidimensional de Nancy
Fraser, considerando as controvérsias com Axel Honneth e Iris Young ao dualismo
perspectivista de Fraser e a crítica de Rainer Forst à norma de paridade participativa.