DIALÉTICA DA LIBERDADE EM ANGELA DAVIS
Escravidão, Alienação, Liberdade, Feminismo, Abolição.
O presente trabalho tem por objetivo analisar a liberdade a partir do pensamento de Angela Davis e da experiência das populações negras em diáspora, enquanto um movimento histórico- dialético situado no contexto da escravidão moderna. As relações sociais oriundas do trabalho escravo foram o berço de nascimento do trabalho assalariado, do desenvolvimento do capitalismo industrial e do racismo moderno. Assim, se faz pertinente a compreensão da centralidade do trabalho alienado para a difusão de uma realidade reificada que reproduz os estereótipos racistas compartilhados pela cultura e reforçados pelas práticas institucionais. Estas organizam a sociedade e reproduzem a subalternidade dos grupos que são identificados racialmente, principalmente as mulheres negras. A liberdade se afirma, assim, como processo constante de desalienação e empoderamento, através da negação do trabalho alienado e do racismo, por meio da atuação, principalmente, do trabalho das mulheres negras, na luta constante pela dignidade da família e pela continuidade da vida, tendo no feminismo abolicionista e na educação sensível e estética estratégias práticas para a abolição das instituições capitalistas.