MÊNON DE PLATÃO: A VIRTUDE A PARTIR DE UMA HYPÓTHESIS
Epistéme; Hypóthesis; Orthè dóxa; Phrónesis; Virtude.
Esta dissertação não tem como objetivo definir a virtude (areté), mas sim examinar como Platão compreende uma investigação que tenha como ponto de partida uma hypóthesis semelhante àquelas utilizadas pelos geômetras. Embora a virtude seja um tema problematizado - mesmo que indirematemte - em praticamente todo o Corpus Platonicum, ela será tematizada, nesta pesquisa, tendo como base primaz o diálogo Mênon, mais precisamente, a partir do excerto 86c – quando a personagem homônima ao diálogo desiste em tentar definir a virtude e retoma a sua pergunta primeira - ou seja, saber se a virtude pode ser ensinada. Como a investigação sobre a virtude tem agora como ponto de partida uma hypóthesis, iremos, de antemão, buscar compreender o que pensa Platão em relação ao termo hypótheses. Ademais, tendo em vista que o diálogo, partindo do pressuposto de que a virtude pode ser abrangida pela epistéme, conclui provisoriamente que phrónesis é a virtude, examinaremos qual a relação entre os termos epistéme e phrónesis. Em um segundo momento, como há um desdobramento na conclusão do Mênon, de modo que a virtude passa a ser investigada a partir da questão empírica e é considerada enquanto orthè dóxa, analisaremos qual a semelhança entre orthè dóxa e hypóthesis. Desse modo, veremos em que medida a investigação sobre a virtude a partir de uma hypóthésis influencia no desfecho do Mênon.