O MOVIMENTO DOS BAOBÁS
Germaine Acogny; o movimento dos baobás; tradução; dança africana.
O movimento dos Baobás apresentado nesta tese é composto por raiz, que cresce em um solo, tronco e ramificações sendo a raiz a matriarca Germaine Acogny, dançarina africana e fundadora da École des Sables. Essa investigação nasce em função de reflorestar o pensamento e o imaginário, através de uma dança afrorreferenciada. O percurso metodológico nesta pesquisa é ancorado pela ideia da metodologia participante, abordada por Paulo Freire e Carlos Brandão, que retratam a necessidade de criação de um método de pesquisa alternativa, aprendendo a fazê-la melhor por meio da ação, na relação dialética entre objetividade e subjetividade. A pesquisa perpassa o campo teórico e atravessa o Continente chegando até a África para a fase de campo. Entre epistemologia e prática foram 11 anos. Como resultados desse período de intensa vivência com o universo da dança africana e a técnica de Germaine Acogny, foi possível uma construção conjunto com a artista que se revela por meio da tradução para a língua portuguesa de sua obra clássica Danse Africaine, publicada originalmente em 1994, nos idiomas Francês, Alemão e Inglês. A tradução dessa obra como fruto dessa pesquisa torna acessível o conhecimento sobre dança africana. A pesquisa fez conexões objetivas e subjetivas, especialmente quando cruza as vivências nesse universo de investigação com questões ligadas ao racismo epistemológico e branquitude. No campo das Artes Cênicas, notadamente a dança, essa tese contribui no sentido de tornar acessível epistemologias outrora invisibilizadas.