Corpo.chão: movências criativas e curativas para aterrar.
Corpo; chão; Potência vital; Criativa; Curativa; Aterrar.
A relação entre o corpo, o chão e a potência vital é a tríade que produz a urdidura sustentadora da trama de um
Corpo.chão. Esta proposição insurge em meio à força desestabilizante de um estado pandêmico e pandemônico,
vivenciado atualmente na realidade brasileira, e ganha corpo nos laboratórios propostos, no modo remoto, entre
2020 e 2021. A tese está sendo elaborada no sentido de apresentar os (des)caminhos de produção de um Corpo.chão, que se confabula entre os âmbitos do cuidado e da invenção, como ação artística e prática de resistência à cafetinagem, “dispositivo de extração da pulsão vital que opera no capitalismo colonial” (ROLNIK, 2018, p. 20). Por meio de movências criativas e curativas, práticas ativadoras, aterradoras e desviantes, voltadas para a experimentação de outras configurações corporais, que tensionam as imagens familiares, encouraçadas e viciadas em determinados modos de ser e de agir no mundo, é que se abrem fissuras para que, o que nos é estranho, “o oblíquo da vida” (LISPECTOR, 1973, p. 82), possa emergir enquanto força transmutadora e nutridora de outras germinações, orientadas no sentido de aumentar a potência e a afirmação da e pela vida.