Por uma pedagogia da cooperação: podem as artes cênicas contribuírem para uma cultura antirracista na escola?
ANTIRRACISMO; ARTES CÊNICAS; EDUCAÇÃO BÁSICA; LEI 10.639/03; NEGRITUDE.
A educação básica no Brasil continua sendo pouco efetiva no combate ao racismo, a despeito da Lei 10.639/03, que agora completa dezoito anos de existência. A implementação dessa Lei ainda é tímida, fazendo com que a escola siga reproduzindo o racismo vigente na sociedade sem oferecer uma contraposição. O objeto desta tese é a possível contribuição das artes cênicas para uma educação antirracista na escola, tendo o corpo negro na centralidade desse estudo. Nessa discussão, retomamos algumas das principais perspectivas epistêmicas elaboradas por pensadores negros e negras, tais como o Panafricanismo, a Amefricanidade, a Afrocentricidade, o quilombismo e a Afroperspectividade, e ainda apresentamos algumas importantes epistemologias afro-referenciadas para a educação, tais como a Pretagogia, a Pedagogia da Encruzilhada, e em seguida, discutimos a possibilidade e a pertinência da Pedagogia da Cooperação, que são apresentadas nos respectivos capítulos, I. DEZOITO ANOS DA LEI 10639/03 e II. ENCRUZILHADA AFRODIASPÓRICA/PEDAGOGIA DA COOPERAÇÃO. A seguir, no desdobramento desse estudo apresentamos a proposta pedagógica: DANÇA DA ABAYOMI: TECENDO ANCESTRALIDADE, elaborada na experiência de mais de dez anos de atuação em escolas públicas nos municípios de Natal-RN e Salvador-BA, com propósitos voltados para pensar pertencimento, ancestralidade, cooperação modos de existir e resistir do corpo negro no contexto da educação básica. A problematização que mobilizou esta tese partiu do próprio percurso de vida como mulher negra proveniente da periferia de Salvador, e posteriormente artista da dança e arte-educadora.