MEMÓRIAS E ESCRITAS DE MULHERES (IM)POSSÍVEIS:
O PROCESSO CRIATIVO EM DANÇA-TEATRO E A COSTURA DE UMA ESCUTA DE SI
dança-teatro; processo criativo; escrita de si; memória; artes cênicas
Esta investigação, de cunho teórico-prático, enquadra-se na perspectiva de uma etnografia que é também uma autoetnografia. Seguindo a proposição de Sylvie Fortin, trata-se de uma tese-criação, junção entre um processo criativo e seus desdobramentos artísticos e o texto escrito. Tem por objeto o processo de criação cênica e de escrita, emergido durante a prática de um laboratório de criação em dança-teatro, referenciado no processo criativo bauschiano e no uso da memória como recurso para o trabalho corporal e para a escrita de si. O laboratório teve a participação de nove mulheres, entre 20 e 36 anos. O objetivo geral foi compreender como este processo criativo incidiu sobre a escrita de si das intérpretes-criadoras, por meio do trabalho de elaboração cênica de suas lembranças pessoais. O laboratório criativo propiciou um espaço privilegiado de escuta de si e das demais. Dentre os resultados, encontram-se descrição e análise do processo criativo e seu experimento cênico, discussão acerca de modos de subjetivação femininos e escritas do feminino, ativados e reconhecidos no processo de criação cênica.