Banca de DEFESA: SIMONE REQUIÃO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : SIMONE REQUIÃO
DATA : 25/09/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Escola de Teatro
TÍTULO:

CARTOGRAFIA DAS MEMÓRIAS NO CÁRCERE E EM OUTRAS INSTITUIÇÕES TOTAIS.

Dramaturgismo da Coexistência - Rastros, Narrativas, Sonhos e Marcas dos Processos Criativos 


PALAVRAS-CHAVES:

Prisões, Processos Estéticos, Teatro do Oprimido, Teatro das Oprimidas, Cartografia.


PÁGINAS: 220
RESUMO:

A presente tese traça a memória das experiências e escolha de fazer teatro no sistema de custódia e prisional. Está dividida em eixos introdutórios, cinco Rotas e o compartilhamento de ideias - alternativas de conclusão. Os eixos dão sustentação e estruturam a tese no sentido de apresentar a autora, de explicar o desejo de pesquisar e como foram organizados os procedimentos dos caminhos seguidos. Ainda nos eixos foram contextualizados fatos que aconteciam no mundo externo e interno durante a escrita da tese, porque faz todo sentido como aprendiz de cartógrafa e pesquisadora/inventora explicitar as influências, os perceptos e afectos no qual a pesquisa está implicada. Em termos de procedimentos a proposição foi cartografar a memória e materializá-la na escrita. As marcas foram condutoras do processo, são parte das vivências ao longo desses quase quatorze anos fazendo teatro no cárcere. Os procedimentos rizomáticos foram bússolas que negociavam os desejos e as necessidades do caminho, assim tomei como princípio a Estética do Oprimido e da Oprimida como “Sul”. Nomeei de dispositivos, linhas de fuga, a possibilitaram inventar e reinventar potências criadoras dentro do cárcere, de desencarcerar o pensamento e o fazer criativo. A Imagens/geradoras e as Narrativas/geradoras permitiram seguir os rastros durante a escrita da tese e, ao mesmo tempo, fazem parte da potência disparadora da criação cênica e de possibilidades de reinvenção da vida, seja por meio de narrativas-minoritárias, dos sonhos, das cartas. Confiro ao dramaturgismo da coexistência a possibilidade de criar fissuras na cena e na vida real. As cinco Rotas são independentes e cada uma delas conta as experiências de como fizemos teatro e os processos de criação nas instituições totais, em diferentes períodos e contextos. Essas Rotas se passaram no Hospital de Custódia e Tratamento, Conjunto Penal de Jequié, uma Experiência em Córdoba - AR e no Conjunto Penal Feminino em momentos distintos, pois é o lugar onde meus encontros com a criação ainda acontecem. Por fim, compartilho as principais ideias da tese e tento aterrar os aprendizados dessa vivência, pois eles não cessam, continuam a cada leitura e releitura que faço a cada nova marca que se materializa na memória/corpo, exatamente por esse motivo que não são conclusivas, mas as apresento como alternativas para uma conclusão. Com relação a problemática da tese, ao disparador que foi perseguido durante a jornada, posso dizer que cada rota tem os seus, mas a pedra no caminho, aquela que me fez buscar rotas alternativas externa e internamente, foi tentar descobrir, verificar, ou até mesmo afirmar as possibilidades de inventividade/criatividade humana mesmo em situações adversas, de como manter o compromisso ético, social e político e transformar linhas duras em devir, de transgredir a dureza do cárcere com arte, de lutar contra pensamentos hegemônicos experimentando alternativas éticas e estéticas.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1348097 - ANTONIA PEREIRA BEZERRA
Interna - 3054223 - JOICE AGLAE BRONDANI
Externa ao Programa - 3298321 - URANIA AUXILIADORA SANTOS MAIA DE OLIVEIRA - UFBAExterna ao Programa - 1220145 - MARIA EUGENIA VIVEIROS MILET - UFBAExterno à Instituição - César Augusto Paro
Notícia cadastrada em: 28/08/2023 15:14
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