A Travestilidade em cena: o corpo travesti no espetáculo Pele Negra, máscaras brancas
Travestilidade. Antinegritude. Performance. Encenação. Corpos divergentes.
Esta pesquisa examina a performatividade de corpos travestis e trans, negros e/ou racializados, marcados pelo fenômeno da antinegritude, que desenvolve uma perspectiva político racial contemporânea para analisar e entender as dinâmicas raciais do mundo atual. A partir da minha experiência como atriz, dramaturga e pesquisadora e leituras artística, política, social e racial dos espaços e produções cênicas, dedico-me a uma investigação etnográfica tendo como base o espetáculo teatral Pele Negra, máscaras brancas, baseado no livro homônimo de Frantz Fanon, e dirigido por Onisajé, com foco na criação da personagem Fanon, no processo criativo, na performatividade e na disrupção de normas perpetradas pela supremacia da branquitude nos processos de construção artística e social. Desenvolve-se, então, a partir da compreensão de mundo por meio da Travestilidade, novos discursos e práticas que tendem a demolir projetos e modelos (inter)nacionais de arte e humanidade, sob controle de um sistema branco, ocidental e imperialista. Desse modo, conceitos como existências e corpos divergentes são propostos para repensar a movimentação de pessoas racializadas no mundo que não se enquadram nas normas binárias de gênero do ocidente, bem como, assimilar a potente associação dos conceitos de antinegritude e Travestilidade como uma cisão aos modelos coloniais de gênero e raça dentro do campo das artes.