CIRCUITO: corpas sudacas em cena
culturas digitais; circo contemporâneo; corpa; artes cênicas; feminismos decoloniais.
Esse trabalho aborda, desde um espaço cênico, aspectos das corporalidades
contemporâneas, a respeito das condições de ser (virar?) mulher desde uma
perspectiva decolonial. Ocorre no campo das artes cênicas que fazem uso das
tecnologias digitais como facilitadoras, tanto durante o processo criativo quanto
no resultado, condensado na peça de circo contemporâneo de nome CIRCUITO.
A importância desta pesquisa se encontra na ampliação da discussão sobre
construções sociais e culturais que moldam as expressões corporais e reforçam
estereótipos de gênero. Ao explorar essas questões, o trabalho realizado
contribui para uma reflexão crítica sobre as normas impostas às nossas corpas e
na procura de uma visão decolonial das corporalidades. O processo criativo foi
desenvolvido em grupo, de forma que as experiências relatadas não são só
minhas. O trabalho parte de uma discussão em torno a três eixos: 1) uma forma
de entender a corporalidade dentro da perspectiva enativista, 2) as culturas
digitais enquanto contexto e 3) os feminismos decoloniais enquanto forma de
entender experiências compartilhadas. A metodologia de trabalho articula
técnicas de improvisação com a investigação e os estudos teóricos incluindo a
construção de uma obra artística como resultado do processo e meio de
compartilhar cenicamente o pensamento desenvolvido nestas páginas. A partir
dessa pesquisa é possível concluir que a arte pode ser uma poderosa
ferramenta de reflexão crítica sobre as normas e estereótipos que moldam
nossas corpas e nossas vidas. Além disso, a utilização de tecnologias digitais no
processo criativo pode abrir novas possibilidades de expressão e ampliar a
visibilidade de perspectivas antes invisibilizadas. Por fim, a abordagem
decolonial dos feminismos traz um olhar comprometido com o contexto que nos
rodeia, contribuindo para uma sociedade mais justa e inclusiva.