SER OU NÃO SER CURINGA? PERSPECTIVAS DE CURING(AÇÃO) NA POÉTICA DO OPRIMIDO
Curinga, Teatro do Oprimido, Augusto Boal, Curing(ação).
O presente trabalho discute a relação da “função curinga” em toda a estrutura da poética do oprimido, sobretudo no Teatro Fórum, problematizando a prática desenvolvida pelos seus integrantes. A questão Ser ou Não Ser curinga, se apresenta como mote principal para refletir sobre essas funções. A partir das estratégias metodológicas qualitativas, que concatenam narrativas autobiográficas e experimentações teórico-prática, o leitor é convidado a entrar em contato com uma proposição conceitual a partir do termo Curing(ação). O conceito tem como principal objetivo expressar a pluralidade das funções desenvolvidas pelo curinga na poética do oprimido e questionar se há uma transitoriedade quando o sujeito assume ser curinga. A partir de uma perspectiva metodológica foi traçado um breve percurso histórico, situando alguns marcos relevantes na história do TO: a história do Teatro de Arena, o Sistema Coringa, até chegar no Teatro do Oprimido. A estrutura da tese está organizada da seguinte forma: análise do curinga a partir de quatro instituições listadas neste trabalho; fricção dos termos curinga, curingar, curingagem e curing(ação); relação das funções do curinga com o educador, tendo em vista a educação popular freiriana; proposição de um experimento prático a partir do método do TO; desenvolvimento de um instrumento de pesquisa e aplicação com três curingas do TO. Nesse trajeto as principais referências foram Freire (2016), Adorno (1995), Martins (2014), Mauss (1950), Pavis (2017), Rancière (2002), Deleuze (2010), Turle (2014), Santos (2018), Conceição (2016), autores e autoras que sedimentam o referencial teórico apresentado, configurando uma polifonia de vozes que auxiliaram na construção e problematização desta