“Faça maratona, não dê spoilers”: práticas contemporâneas de consumo em fluxos audiovisuais.
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Esta dissertação nasce de um incômodo frente a uma construção hegemônicade que as transformações da produção e do consumo audiovisuais estariam centralmente relacionadas às inovações tecnológicas. Desta forma, proponho analisar os elementos e as práticas culturais da maratona e do spoiler que compõem a trama dos consumos audiovisuais contemporâneos. Assim, assumo um gesto analítico que toma os fluxos audiovisuais constituidores da minha experiência de consumo de séries e seriados como lugar de partida, que me permite ver transformações, reiterações e continuidades nesses processos. Para isso, propus uma articulação entre os conceitos de Fluxo tais como compreendidos por Raymond Williams e por Jesús Martín-Barbero. Construo, desta forma, essa articulação sobre Fluxo enquanto uma experiência que acontece num continuum de imagens e sons ao atravessar e conectar tempos e espaços a partir das práticas culturais acionadas nesta pesquisa. Na minha jornada analítica, contei também com a articulação de dois mapas de Martín-Barbero: o das mediações e das mutações, que me permite ver as transformações, reiterações e continuidades em processos de circulação das produções serializadas, como também a forma que essas práticas culturais são partilhadas no entorno tecnocomunicativo. Enfatizo, em meu exercício analítico, as densas formações históricas e contextuais das práticas culturais audiovisuais, através dos seus aspectos sociais e de partilha, numa relação com os usos e apropriações dos artefatos tecnológicos.