VIOLÊNCIA E SUBALTERNIDADE NA TRILOGIA DE SALTA DE LUCRECIA MARTEL: CONTRIBUIÇÕES ESTÉTICAS PARA O CINEMA LATINO-AMERICANO CONTEMPORÂNEO
Novo cinema argentino, cinema latino-americano contemporâneo Lucrecia Martel, música
Este estudo teve como objetivo analisar o modo como os traços estilísticos da trilogia de Salta da diretora argentina Lucrecia Martel a situam no contexto do cinema latino-americano contemporâneo, extrapolando as convenções em torno do novo cinema argentino. Para isso, foram analisadas criticamente as convenções acerca do novo cinema argentino em relação ao neorrealismo italiano e o giro estético do realismo no cinema latino-americano contemporâneo em relação ao cinema político latino-americano da década de 1960. Foram discutidos os traços e aspectos estilísticos que permitem situar a trilogia de Salta de Lucrecia Martel em um contexto mais amplo que corresponde ao cinema latino-americano contemporâneo. Foi também analisado o projeto de canções da trilogia de Salta e seus aportes para a estética regional de Lucrecia Martel. Foram utilizadas como referências centrais os estudos teóricos sobre o cinema latino-americano contemporâneo, em particular as elaborações recentes de teóricos(as) de diferentes países da região e contribuições do campo dos estudos decoloniais. A abordagem metodológica utilizada está inserida em uma perspectiva interdisciplinar, incluindo análise fílmica, análise das relações entre as obras estudadas e seu contexto histórico e político, além de informações de outras fontes, tais como entrevistas, conferências, críticas, ensaios e matérias jornalísticas. O corpus de análise foi composto por três longas-metragens de Lucrecia Martel: La ciénaga (2001), La niña santa (2004) e La mujer sin cabeza (2008), conhecidos em seu conjunto como trilogia de Salta.