Banca de DEFESA: AMANDA GOMES DA SILVA BARBOSA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : AMANDA GOMES DA SILVA BARBOSA
DATA : 27/02/2024
HORA: 14:30
LOCAL: na Faculdade de Comunicação
TÍTULO:
ELAS QUE SE BANCAM: UMA CONTEXTUALIZAÇÃO RADICAL DA MULHER NEGRA NO PAGODÃO
 

PALAVRAS-CHAVES:
contextualização radical; feminismo negro; pagodão; afetos; mulheres negras.
 

PÁGINAS: 210
RESUMO:

Essa dissertação propõe uma contextualização radical da mulher negra no pagodão a partir da própria experiência da autora, localizada em Salvador, por uma perspectiva que articula os estudos culturais e os feminismos negros. A hipótese inicial é que diversas temporalidades e engajamentos identitários e afetivos (GOMES; ANTUNES, 2019) são articulados com/nos/a partir de corpos racializados e generificados no Brasil, e o pagodão aparece como lugar de disputa, conformação e atravessamento desses engajamentos. Tomamos contextualização radical (GROSBERG, 2010) como aporte teórico-metodológico que busca, a partir da articulação, desarticulação e rearticulação de contextos, as possibilidades de transformação social. Assumimos engajamentos afetivos como “organizados nas e por meio das práticas discursivas e culturais, mobilizando engajamentos políticos” (FARIAS, 2021). Investigando o pagodão e suas articulações com engajamentos identitários (de raça, gênero e sexualidade) a partir dos feminismos negros (COLLINS, 2019; hooks, 2019; NASCIMENTO, 2021; LORDE, 2020; DAVIS, 2016; GONZALEZ, 2020), veremos como ele é mobilizado pelo confronto com expectativas de respeitabilidade e moralidade ocidentais, brancas e coloniais, e, ao mesmo tempo, pode reiterar comportamentos cisheteronormativos e de hipersexualização de mulheres negras. A trajetória e as produções do grupo A Dama e sua vocalista Alanna Sarah são nossas entradas analíticas. Propomos uma análise a partir da figura da mucama, trazida por Lélia Gonzalez (2020), que se espirala em duas outras noções: a de doméstica e a de mulata, que, na contemporaneidade, em reconfigurações a partir de figuras como a piriguete e a empreendedora, deixam ver disputas afetivas em torno de ideias como sucesso, empoderamento, visibilidade e liberdade sexual. Assim, para contextualizar radicalmente a mulher negra no pagodão, a partir da própria experiência da pesquisadora em Salvador e analisando elementos de diversas temporalidades que o pagodão articula – como proposto por Raymond Williams (1979) – e os afetos que engajam e que são mobilizados por A Dama e por outras artistas femininas que são convocadas no exercício da articulação, relacionamos uma ampla diversidade de materiais: músicas e letras; dados demográficos; videoclipes; entrevistas; comentários, posts, memes, vídeos e outras publicações online feitas por ouvintes; registros de shows ao vivo; arquivos de portais dedicados ao gênero; dentre outros. Deste modo, investigamos as relações entre feminismos negros, disputas identitárias,história, economia, política e cultura na contemporaneidade, articuladas em torno do pagodão da Bahia, para pensar as possibilidades de ser mulher negra em Salvador e como compreendê-las e rearticulá-las enquanto melhores possibilidades de vida – plena e livre.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - FERNANDA MAURICIO DA SILVA - UFMG
Presidente - ***.559.405-** - ITANIA MARIA MOTA GOMES - UFBA
Externo à Instituição - RAFAEL PINTO FERREIRA DE QUEIROZ
Notícia cadastrada em: 17/02/2024 12:39
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