Banca de DEFESA: GUSTAVO WADA FERREIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GUSTAVO WADA FERREIRA
DATA : 07/06/2022
HORA: 15:00
LOCAL: Plataforma google meet
TÍTULO:

O uso de plantas nas curas populares: saberes e educação


PALAVRAS-CHAVES:

Educação; Culturas populares; Plantas medicinais


PÁGINAS: 120
RESUMO:

Diante da problemática da valorização dos saberes acerca dos usos de plantas nas curas populares, essa pesquisa buscou compreender como esses saberes são formados, transmitidos e atualizados. O termo curas populares, assim como medicina popular ou medicinas populares, são usados para designar saberes e práticas de manutenção e restauração da saúde física, mental e espiritual, socialmente referenciadas em diversas culturas não-hegemônicas. Durante esse trabalho tivemos contato com vendedoras e vendedores de folhas, nas bancas da Feira de São Joaquim (FSJ), botiqueiras, rezadeiras, e uma liderança indígena da área da saúde. A pesquisa de campo teve início na Feira de São Joaquim com os trabalhadores das bancas de folhas, onde os dados foram levantados e sistematizados por meio de pesquisa de inspiração etnográfica. Outro momento da coleta de dados ocorreu durante a disciplina “Ação Curricular em Comunidade e em Sociedade (ACCS): Mestras e Mestres da Cultura Popular”, na UFBA, onde vimos a atuação de três mulheres que utilizam plantas para tratar enfermidades e que exercem essa atividade em suas respectivas comunidades, localizadas em distintas áreas urbanas de Salvador-BA: Mádisa Oliva (coordenadora da botica da terra); D. Gegé (rezadeira de Itapuã); e Uhitwê Pataxo (ex presidente do conselho indígena de saúde e universitária). Além de ouvir sobre os caminhos formativos dos seus saberes e práticas, a participação delas também possibilitou refletirmos a respeito da inserção dos saberes populares na formação superior. Por tratar-se de uma manifestação tão hibrida como são as curas populares, os recursos para levantamento, sistematização e interpretação dos dados foram baseados em métodos de diferentes áreas, como sugere CANCLINI, (2003), tais como: antropologia (LAKATOS E MARCONI, 2003; CANCLINI, 2003), comunicação ( BAKHTIN, 2010 ; FISHMANN, 2000, VANSINA, 2010), ecologia (TOLEDO, V. M.  BARRERA-BASSOLS, 2015), educação popular (FREIRE, 1993),  etnobotânica (ALMEIDA, 2011; CAMARGO., 2014), etnografia (MACEDO 2005, 2006; PUJADAS, 2010)  e História (BENJAMIN, 2000; THOMPSON 1998). Além disso, o referencial teórico compartilha da perspectiva decolonial e também dos pensamentos que contribuíram na sua formação (marxismo, pós-estruturalismo e estudos culturais e pós coloniais). Com o estudo pudemos observar de que forma a medicina hegemônica se desenvolveu alicerçada no conhecimento acumulado das práticas tradicionais, embora estas sejam atualmente discriminadas. Já o desenvolvimento das curas populares se mostrou como resultado da apropriação dos bens econômicos e culturais pelos grupos subalternizados e, consequentemente, possuem uma ética e um sentido próprios às culturas populares.  Ante o exposto na pesquisa, concluímos que os saberes das curas populares, estão presentes nas experiências das mestras e mestres que são capazes de transmitir, elaborar e atualizar esses saberes, sendo os principais agentes dessa cultura. Por isso, a salvaguarda das curas populares passa por políticas públicas que garantam subsídios para que mestras e mestres tenham condições de dar continuidade à essas praticas. A universidade, por sua vez, pode – e deve - ajudar a garantir o desenvolvimento da cultura, promovendo a interculturalidade e o desenvolvimento da memória biocultural através de espaços de diálogos entre saberes diversos.  


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1150057 - PEDRO RODOLPHO JUNGERS ABIB
Interno - 2198885 - ROBERTO SIDNEI ALVES MACEDO
Externo à Instituição - FRANCISCO ANTONIO NUNES NETO - UFSB
Notícia cadastrada em: 31/05/2022 18:06
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