Banca de DEFESA: ROBERTO REMÍGIO FLORÊNCIO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ROBERTO REMÍGIO FLORÊNCIO
DATA : 27/04/2022
HORA: 14:30
LOCAL: Plataforma google meet
TÍTULO:

EDUCAÇÃO INDÍGENA E INTERCULTURAL NAS ALDEIAS DO OPARÁ: UMA SOCIEDADE DE SUJEITOS SILENCIADOS


PALAVRAS-CHAVES:

Línguas Autóctones. Educação Escolar Indígena. Decolonialidade. Educação Intercultural.


PÁGINAS: 133
RESUMO:

Com o objetivo de empreender uma análise sobre aspectos da cultura e da educação indígenas no sertão pernambucano, a presente tese elabora, à luz dos estudos decoloniais, um aporte teórico-analítico sobre as línguas autóctones dos povos indígenas da Região de Abrangência do Opará (Rio São Francisco), em que são contemplados os seguintes temas: a relação dos povos com a Educação Escolar Indígena e a Lei 11.645/2008, que versa sobre o ensino bilíngue nas aldeias; o silenciamento das línguas autóctones durante os séculos de dominação europeia; e a atual produção didático-científica empreendida pelos professores/professoras e pesquisadores/pesquisadoras indígenas, ligados às instituições locais, a partir de projetos e ações afirmativas, promovidos pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano, campus Floresta, e pelo Núcleo de Pesquisa Opará, da Universidade do Estado da Bahia, campus Paulo Afonso. As línguas indígenas são os sinais diacríticos das identidades étnicas brasileiras e a perda dessas línguas é usada como processo de negação das identidades indígenas, principalmente no Nordeste Brasileiro, região de maior preconceito sobre os nativos (BANIWA, 2006, 2012; OLIVEIRA, 2014). Portanto, ao empreender uma pesquisa sobre as línguas ágrafas no contexto da ressignificação sociocultural empreendida pelas comunidades indígenas da região, objetiva-se analisar a expressão linguístico-cultural de povos indígenas locais, através dos elementos de resistência, hibridismo cultural e identidade, potencializados pela educação, na perspectiva da interculturalidade e da construção de uma epistemologia decolonial (MIGNOLO, 2007; QUIJANO, 2008; SANTOS, 2010) e antirracista (CANDAU, 2011). Atendendo ao modelo multipaper, de capítulos independentes no formato de artigos, a pesquisa procura responder lacunas sobre os seguintes temas: Educação Escolar Indígena e Interculturalidade, Línguas Autóctones da Região de Abrangência do Opará e a produção do conhecimento a partir da Pesquisa Científica dos Indígenas. Os estudos são contemplados pelos seguintes procedimentos metodológicos, respectivamente: Pesquisa Etnográfica (MACEDO, 2011), Revisão Sistemática Qualitativa (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011) e Análise Documental. Os procedimentos de Revisão Bibliográfica, presente nos três artigos, foram contemplados por pesquisas em bancos de dados, repositórios, livros e outros registros públicos, e as análises empreendidas contemplam métodos da Análise do Discurso (MAINGUENEAU, 2010). Os resultados apontam para: a consolidação da Educação Escolar Indígena nas aldeias pesquisadas (povos Atikum, Pankará e Truká), em um processo de interculturalidade; a percepção da presença das línguas autóctones no consciente das comunidades, não como idiomas perdidos que precisam ser resgatados, mas como uma territorialidade imaterial das culturas indígenas; e o surgimento de uma corrente de estudos sobre os povos e as línguas autóctones produzida pelos próprios indígenas, consolidando-se através da produção didático-científica, cujas premissas paradigmáticas aludem à desconstrução da hegemonia colonial, à descolonização dos saberes e à ressignificação sociocultural para os povos indígenas brasileiros.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1150057 - PEDRO RODOLPHO JUNGERS ABIB
Interno - 2198885 - ROBERTO SIDNEI ALVES MACEDO
Externo à Instituição - Leonardo Diego Lins - UNEB
Externa à Instituição - Eliane Maria de Souza Nogueira - UNEB
Externo à Instituição - FRANCISCO ANTONIO NUNES NETO - UFSB
Notícia cadastrada em: 12/04/2022 14:41
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