ALFABETIZAÇÃO E HETEROGENEIDADE: O DESAFIO DE CONSIDERAR OS DIVERSOS SABERES SOBRE A ESCRITA NA MODALIDADE DE ENSINO REMOTO
Alfabetização. Heterogeneidade. Práticas pedagógicas.
O estudo em questão trata-se de uma pesquisa que tem origem nas inquietações em torno das relações entre alfabetização e heterogeneidade e assume como principal objetivo a análise das estratégias utilizadas pelas professoras alfabetizadoras para fomentar a interação entre estudantes com conceitualizações distintas sobre o sistema de escrita, no contexto das aulas remotas realizadas durante a pandemia. As discussões realizadas estão ancoradas principalmente nas contribuições de Ferreiro, Vygotsky, Lerner, Freire, Manacorda e Fernández Enquita. A abordagem metodológica qualitativa ancorou este trabalho como um estudo de caso comprometido com a ação educativa em um contexto tão adverso como o pandêmico. Os dados foram produzidos através do acompanhamento de três professoras alfabetizadoras que atuaram na modalidade de ensino remoto em uma instituição que atende os Anos Iniciais do Ensino Fundamental no município de Amargosa/BA. O questionário, a entrevista narrativa e a observação participante foram utilizados como instrumentos de produção de dados durante a realização da pesquisa empírica. A análise dos dados permitiu reconhecer os limites impostos pela modalidade de ensino remoto na vida cotidiana das escolas de Ensino Fundamental I. As professoras alfabetizadoras que participaram da pesquisa reconheceram a heterogeneidade própria da classe como uma vantagem pedagógica para ensinar a ler e a escrever, mas revelaram grande dificuldade em considerá-la no planejamento e na realização de situações didáticas, o que indica a necessidade urgente de repensar práticas homogeneizantes no âmbito da formação de professores alfabetizadores.