Banca de DEFESA: ERIKA CARVALHO SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ERIKA CARVALHO SILVA
DATA : 03/12/2020
HORA: 14:00
LOCAL: FACED
TÍTULO:

PROCESSOS DE MEDICALIZAÇÃO E TRABALHO DOCENTE: REFLEXÕES SOBRE O ADOECIMENTO DE PROFESSORAS DA REDE PÚBLICA DE SALVADOR/BA.


PALAVRAS-CHAVES:

Medicalização; Educação; Trabalho docente; Adoecimento. 


PÁGINAS: 145
RESUMO:

Os processos de medicalização da educação e da sociedade envolvem uma racionalidade determinista que apaga a complexidade da vida e acaba por reduzi-la a questões de ordem individual em seus diferentes âmbitos, orgânico e/ou psíquico. No sistema educacional tem se tentado homogeneizar as diferenças e responsabilizar indivíduos por sua não adequação à ordem dominante. Assim como os alunos estão sendo rotulados, diagnosticados e tratados com supostos transtornos, tal captura tem se repetido com as docentes, cujas angústias, aflições e inquietações que têm atravessado a práxis vêm sendo naturalizadas e muitas vezes até patologizadas, categorizadas como síndromes e transtornos mentais. O objetivo deste estudo foi analisar de que forma os processos de medicalização têm atravessado o trabalho docente, mais especificamente o processo saúde/doença relacionado ao trabalho de professoras da educação básica da rede pública de Salvador.  Quanto ao método trata-se de uma pesquisa empírica, de abordagem qualitativa, fundamentada na perspectiva sócio-histórica a partir dos autores: Lancillotti (2008); Saviani (1994; 2015); Oliveira, (2004; 2013); Hypólito (1991); Louro (1997); Paparelli (2009); Buss (2007); Canguilhem (1990); Foucault (1992, 2008); Lacaz (2014); Collares e Moysés (2014); Fórum sobre a Medicalização da Educação e da Sociedade (2015); Oliveira; Viégas; Harayama (2016) e Patto (1992; 2005; 2007; 2015). Para tal, utilizamos como instrumentos observações diretas e entrevistas semiestruturadas. Os dados foram transcritos e sistematizados em categorias semânticas segundo a técnica de análise do conteúdo. Os resultados apontaram que as professoras reconhecem ligação entre o adoecimento e o trabalho, porém por ser um fenômeno recorrente elas passaram a naturalizar o adoecimento como inerente ao trabalho e como “o mal da profissão”. Além disso, diferentes nuances do atravessamento dos processos de medicalização na relação saúde-doença vinculada ao trabalho das professoras foram evidenciadas: a naturalização, culpabilização e individualização do sofrimento gerado pelo trabalho, o relato do uso (abusivo ou não) de medicamentos e psicofármacos para lidar com aflições do trabalho e o uso de terapias convencionais e consideradas alternativas como forma de intervenção em problemas oriundos do processo de trabalho e para auxiliar a suportar as adversidades do cotidiano escolar. O estudo sinaliza o quanto o adoecimento relacionado ao trabalho docente é deslocado de suas determinações políticas, socioeconômicas, trabalhistas e ideológicas e é atribuído tão somente para o organismo das professoras. Assim como denuncia que os processos de medicalização têm atuado como tentativa de ocultar desigualdades historicamente estruturadas.   


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1813696 - ELAINE CRISTINA DE OLIVEIRA
Interno - 1878649 - LYGIA DE SOUSA VIEGAS
Interno - 160.933.448-51 - RAFAEL SIQUEIRA DE GUIMARAES - UFSB
Externo ao Programa - 2862095 - MARCOS VINICIUS RIBEIRO DE ARAUJO
Externo à Instituição - DENISE SILVA DE SOUZA - SME
Notícia cadastrada em: 19/11/2020 11:58
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